Nampula (IKWELI) – Duas idosas, de 54 e 55 anos de idade, foram recolhidos para as celas do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), na cidade de Nampula, indiciadas de burlas a cidadãos em troca de emprego.
Ao todo, o SERNIC diz que as idosas burlaram mais de 100 pessoas, cobrando valores que variam entre os 40.000,00Mt (quarenta mil meticais) e 80.000,00Mt (oitenta mil meticais), dependendo do nível de formação do candidato.
As indiciadas dizem-se arrependidas, comentando que foram movidas a praticar tais actos, devido ao alto custo de vida, e na procura de melhores condições para si e os seus dependentes.
Uma das indiciadas disse, ainda, que pratica esta actividade há dois anos. “Estou aqui através de burla de dinheiro, o que aconteceu eu é tinha dito as pessoas que estamos a recrutar para emprego, como trabalho numa clínica privada, por isso acreditavam em mim. Aproveitávamos os editais do governo para enganar as nossas vítimas, e não sei como isso surgiu e começamos no ano antepassado. Não sei como isso nos apareceu na mente, acho que foi um diabo que nos moveu para fazer esse mal, e não sei qual foi o valor total que cobramos”.
A outra acusada fez saber que certos indivíduos quando concorriam a vagas no governo, conseguiam entrar, pensando que é aquela ajuda das supostas burladoras, enquanto era a sua própria sorte, porque segundo ela nunca teve contacto de alguém da saúde que facilitasse o processo de ingresso. “O que mais convencia as pessoas, é porque quando a gente fazia esse trabalho, algumas pessoas concorriam as vagas eram submetidos aos exames, até os outros aceites, e por isso tínhamos muita gente a precisar a nossa ajuda, por isso que fizemos muitas vítimas e assim eu pessoalmente estou muito arrependida, porque sou uma pessoa idosa”.
Enina Tsinine, porta-voz do SERNIC em Nampula, classifica as idosas como sendo corajosas, por praticarem esta actividade há dois anos e sem nenhum remorso.
O SERNIC não fala da globalidade dos valores cobrados pelas indiciadas, pois “é prematuro citarmos quantos, mas no processo quando iniciamos tínhamos lá um número de cinco e no dia seguinte tivemos mais cinco, ontem tivemos também alguns cidadãos que não tenho em conta e hoje, por isso que decidimos fazer uma partilha, sendo uma delas uma cidadã que vem da província de Maputo. Estamos cientes que elas podem ter feito vítimas lá e se refugiaram na província de Nampula”. (Malito João)