Nas estradas de Cabo Delgado: Terroristas impõem pagamentos como condição para circular

Pemba (IKWELI) – Um grupo de terroristas tem vindo a impor condições para circulação de pessoas e bens na província de Cabo Delgado, por isso a 12 do corrente mês de julho, o troço entre Macomia e Oasse, só podia ser percorrido mediante pagamento para a liberação de barricadas montadas para o efeito.

Cidadãos que faziam-se transportar em viaturas de serviços semi-colectivo de passageiros foram feitos reféns, aos motoristas cobrados valores monetários fixados em 50.000,00Mt (cinquenta mil meticais) por cada veículo.

Uma viatura dos Serviços Distritais de Saúde, Mulher e Acção Social de Mueda não escapou desta investida e um cidadão que seguia nele foi feito refém pelos terroristas.

“Quando estávamos a vir de Pemba para Mueda, nos pegaram com os insurgentes, por volta das 11 horas, na aldeia de Nantodola, porque quando estávamos a vir encontramos uma velha e a gente suspeitou, mas mesmo assim não paramos com a nossa viagem, só que quando entravámos numa curva encontramos um camião a frente que teria sido pegue, tentamos fazer manobra para voltar para traz, mas em direcção de Pemba, já quando fazíamos manobra na nossa trás também estava cheio de insurgentes, nos pegaram e disseram que todos devem descer do carro,” contou 

Mais adiante, afirma o homem num áudio em nossa posse, os terroristas avisaram que qualquer tentativa de fuga seria morte, “pois aquele que não descer vai morrer aqui, embora tinha um colega que queria fugir, mas tinha que lhe pegar, fomos levados até no mato e nos colocaram de joelho, com objectivo de matarem todos nós”.

O narrador revelou que o chefe dos insurgentes, com os quais ficaram durante duas horas, ordenou que não fossem mortos, primeiro, deviam pagar dinheiro.

“Chefe desses insurgentes, ligou para eles e disse que ninguém tinha que ser morto, mas sim cada motorista deve tirar um valor de 50 mil meticais por cada viatura, pois aquele que não tirar esse valor deve ser degolado, enquanto aquele que tirar menos daquele valor será libertado, na verdade eu tirei no valor de 30 mil meticais e me deixaram de lado, assim como também todo motorista tinha que tirar, outros tiraram 20.000,00Mt (vinte mil meticais), 30.000,00Mt (trinta mil meticais) e foram apalpados todos passageiros e tirados seus bens e valores.”

Este não é o primeiro caso, ao longo da semana finda, um transportador de mercadorias com destino a Mocímboa da Praia foi, igualmente, vítima de cobranças ilícitas pelo outro grupo muito próximo da aldeia Chinda, também em Mocímboa da Praia. (Virgínia Emília)

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