Nampula (Ikweli)- O vice-presidente da CNE reagiu na última quinta-feira (24), face ao resultado das eleições gerais de 9 de outubro, onde reiterou que não houve verdade eleitoral.
Para Mazanga, as últimas eleições não espelham a vontade popular “continuaremos a nos debater dentro da própria Comissão Nacional de Eleições pela verdade eleitoral, para que os moçambicanos pelo menos, tenham um mínimo de democracia e nós somos os guardiões desta democracia, mas para aquilo que estamos a fazer dentro da CNE não estamos a corresponder.”
O Vice-presidente da CNE acrescenta “esses discursos todos que estão a ser embelezados aqui são para adormecer o boi. A verdade é que quando estamos em sede do debate, não estamos a defender a coisa da população. Depois da eleição popular que é feita nas mesas de voto, há outra eleição que é feita por um número minúsculo de pessoas na comissão distrital de eleições, são essas eleições que determinam quem é que ganhou, o voto popular é anulado, pelo voto dos órgãos eleitorais.”
Quando questionado se as eleições deveriam ser anuladas, Mazanga respondeu “Que eleição é essa? Não houve eleição, não há eleição. Para o bem da verdade e da democracia, temos que encontrar um mecanismo que possa efectivamente colocar o país em paz.”
Mazanga afirma ainda que apesar de ter assinado a acta, não concorda com o consta das mesmas “a acta é o testemunho de que presenciei e é por isso que incorporamos dentro da acta, as nossas preocupações para que ela seja dita como real.”
Francisco Mazanga apelou aos seus colegas da CNE, a colocarem a mão na consciência e respeitarem a vontade do povo ” Estamos a ter problemas sérios de perpetuar um regime, com base numa eleição falsa. Quero convidar aos meus colegas da CNE para colocarem a mão na consciência e mudarem a mente. O poder parece uma obsessão.” (Felismina Maposse )