Nampula (IKWELI) – Alguns líderes comunitários, a nível da capital da província de Nampula, pedem maior celeridade no pagamento dos seus subsídios, bem como na reactivação dos postos policiais vandalizados durante as últimas manifestações.
O pedido foi formulado, recentemente, ao Secretário de Estado na província de Nampula, Plácido Pereira, aquando da visita efetuada a residência do régulo Nampula, Albano João, onde para além destes, estiveram no encontro outros líderes de vários escalões da cidade.
“Estamos há muito tempo sem subsídio, esse é um assunto que devem nos ajudar a resolver, até porque quando pagam não chega nem para pagar material escolar das crianças na escola, não chega para comprar saco de carvão,” disse Cristóvão Carlos, um dos líderes presentes no encontro.
Ainda nesse encontro, o líder comunitário do bairro de Namutequeliua, Leotério Momade, pediu a reactivação urgente dos postos polícias destruídos pelos manifestantes no período da crise pós-eleitoral, porque entendem que a falta destes postos e de autoridades polícias aumentou a criminalidade.
“Há muita marginalidade, nossos postos policiais não estão a funcionar, tentamos inventar policiamento comunitário, mas não está a satisfazer. Estou a pedir que reforcem outras competências no sentido de abrirem os nossos postos, estamos a passar mal, pessoas estão a ser agredidas.”
O Secretário de Estado na província de Nampula, Plácido Pereira, assegurou que as autoridades competentes estão a trabalhar no assunto, no entanto, todos são chamados a ser vigilantes, pois muitas vezes os malfeitores são oriundos das próprias comunidades.
“Há aqui um papel que nós todos temos a desenhar, porque quem cria esta insegurança são jovens que estão nas nossas comunidades, são nossos filhos, nossos irmãos, dentro das nossas responsabilidades a nossa missão é educar essas pessoas por forma a saber estar.”
Na ocasião, os líderes queixaram-se igualmente da falta de fardamento que os identifica como líderes comunitários, pelo que, Pereira avançou que ao nível do país existem 43 mil líderes que compõem o primeiro, segundo e terceiro escalão e, por isso, há ainda desafios em disponibilizar tal equipamento.
“O que se acordou é que a nível central adquire-se o fardamento para as autoridades da primeira leva e depois a reposição é feita por cada distrito que é preciso orçamentar para poder adquirir, porque mesmo aqueles que receberam da primeira leva, o fardamento já deve estar velho e estragado. E sendo esse número elevado de 43 mil, há um desafio, mas todos os anos é orçamentado e todos os anos vai se adquirindo esse fardamento.”
Em relação aos subsídios, Plácido afirmou que o governo necessita de muita receita por forma a melhorar o valor pago as lideranças comunitárias.
“Há esta vontade de voltar a incrementar, mas é preciso que o país produza, é preciso que nós todos trabalhemos para que haja mais recursos para melhorar, não é uma questão marginal e que o governo não tem consideração. No que diz respeito a demora, devem ser casos concretos, nós vamos seguir, vamos procurar saber a nível da província qual é a situação da demora para o pagamento desses subsídios.”
Pereira, realçou o papel das autoridades comunitárias no geral e das lideranças tradicionais em particular assim como da articulação e consulta que deve haver entre o estado e as lideranças para o bem-estar das comunidades.
“É nesta qualidade que como Estado viemos aqui apresentar-nos a este regulado, manifestar a nossa disposição e pré-disposição em trabalhar com o poder tradicional e comunidades comunitárias no geral, tanto da cidade, mas também de toda a província. Há um papel importante das comunidades em educar as populações e mobilizá-las para o cumprimento das suas obrigações para com o estado e o estado também tem as suas obrigações.” (Ângela da Fonseca)