O ciclone tropical “Dikeledi”, que inicialmente tinha sido tratado como tempestade tropical severa, fez destruições e arruinou o distrito da Ilha de Moçambique, primeira capital do país.
Segundo relatam as nossas fontes, fora de destruições materiais, há registo de perdas de vidas humanas causadas pelas intempéries.
Fátima Abacar, uma das residentes da Ilha, disse que ficou quase sem nada devido essa situação do ciclone, daí que pede apoio a quem é de direito.
“Estou sem casa, a minha casa está destruída, ficou no zero, não sei como começar e nem ultimar, desde que perdeu a vida meu pai, eu fiquei como chefe da família, os meus irmãos e minha mãe ficaram sem casa, não temos, pelo menos, onde sentar”, disse.
Outra situação drástica é a do distrito de Mogincual, onde a população afectada foi obrigada a se refugiar em escolas, igrejas e mesquitas. “Aquilo que tomei conhecimento sobre Mogincual, tivemos dois feridos por desabamento de casa, num total de 259 pessoas afectadas, destruição parcial de 631 casas desabadas, 5 salas de aulas de construção mista totalmente destruídas, 20 parcialmente, 336 infraestruturas de vedação precária destruídas, 4 tendas no centro de saúde destruídas totalmente, 890 famílias afectadas e 4450 pessoas”, disse Dalton Vachaneque.
Os danos e destruições são irreversíveis numa altura em que a corrente elétrica ficou comprometida desde o primeiro dia do ciclone Dikeledi.
Enquanto isso, a ligação entre a cidade de Nampula e Angoche continua condicionada, devido a destruição de troços na via, em consequência das forças das águas decorrentes do Dikeledi.
Segundo o delegado da Administração Nacional de Estradas (ANE) em Nampula, Mateus Espírito Santo, perante o cenário da dificuldade de transitabilidade, neste momento equipas técnicas encontram-se no terreno a monitorar a situação.
“Enquanto esperamos fundos, estamos a fazer o mínimo para garantir a transitabilidade das estradas, sobretudo Nampula-Angoche porque tecnicamente não está em condições, pese embora haja automobilistas que correm riscos e usam vias alternativas”, disse.
Mateus Espírito Santos anotou ainda que “temos outras estradas como Nampula, Corrane e Nametil que foram afectadas com níveis de águas que estavam a subir, mas devido a um trabalho de coordenação há condições mínimas para circulação e há um empreiteiro. Para o caso de Nampula-Corrane, existe uma alternativa com cerca de 5 a 6 quilómetros”. (Adina Sualehe, Malito João e Nelsa Momade)