Mutava Rex é um dos rostos mais visíveis da passagem do Dikeledi pela cidade de Nampula

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Nampula (IKWELI) – Na zona residencial do Condomínio, em Mutava-Rex, no bairro de Namicopo, nos arredores da cidade de Nampula, 20 casas de construção precária ficaram destruídas, deixando famílias a viverem ao relento, em consequência da passagem da tempestade tropical Dikeledi, entre segunda-feira (13) e terça-feira (14). 

As famílias afectadas pela tempestade, a sua maioria são vítimas de terrorismo na vizinha província de Cabo Delgado, dizem-se desesperadas.

Relataram que, para grande parte delas, não foi possível recuperar bens, o que lhes deixa numa situação de vulnerabilidade, pior ainda que não foi ainda disponibilizado qualquer  tipo de apoio nem pelas autoridades nem pessoas de boa-fé.

A título de exemplo, a dona Fátima Abel, chefe de família e mãe de cinco filhos, contou que não conseguiu recuperar quase nada.

“A minha casa caiu devido as últimas chuvas. Foi durante a noite, por volta das 20h. Perdemos tudo, não conseguimos recuperar nada, e comida foi levada pela água. Agradeço a Deus que nenhum dos meus filhos foi atingido. Só peço que o governo nos ajude, pelo menos com material de construção, pois aqui estamos vivendo ao relento desde terça-feira (14), já que não temos condições de reconstruir”, disse.

Amina Mateus, mãe de quatro filhos, residente na mesma zona, disse estar a sentir na pele a dor de dormir ao relento.

“Sempre que chove, nossas casas caem. Por exemplo, essa tempestade destruiu muitas casas, cerca de 15, e várias pessoas, incluindo aquelas com crianças, estão dormindo ao relento desde segunda-feira e outras desde terça-feira. Ainda há casas que estão caindo. Eu perdi meus bens, que poderiam me ajudar, pelo menos, com um espaço seguro, já que vivemos numa área pantanosa devido a um rio aqui próximo. Se estivéssemos em um lugar seguro, acredito que poderíamos ter evitado essa situação”.

Multafa Sumail é outro afectado, pai de quatro filhos e também vítima da tempestade, relatou não saber por onde recomeçar a reconstrução, numa altura em que continua a viver sem abrigo.

“Minha casa está completamente destruída, desde terça-feira, por volta das 15h. Não tenho como reconstruí-la, pois não tenho dinheiro. Ficamos fora, sem nenhum abrigo”, narra.

A nossa equipa de reportagem tentou, sem sucesso, contactar o secretário da zona residencial do Condomínio, o senhor Daniel, para comentar sobre a situação. Um dos seus familiares informou que o secretário está foragido desde o dia 23 de dezembro do ano passado, devido à perseguição movida pelos manifestantes, alegadamente que apoiam o candidato presidencial Venâncio Mondlane. (Virgínia Emília *Foto: Atija Chá)

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