Mais de 20 mulheres estão na fila para cirurgia de cancros ginecológicos no HCN

Nampula (IKWELI) – Mais de 20 mulheres das províncias de Nampula, Cabo Delgado, Niassa e Zambézia, estão na fila para cirurgia de cancros ginecológicos, nomeadamente o cancro do colo do útero, ovário e vulva, no âmbito de uma campanha que arrancou esta segunda-feira (20) no Hospital Central de Nampula (HCN).

Maria da Cruz, mãe de cinco filhos, é uma das pacientes que procura livrar-se do cancro, e em conversa, partilhou que o problema começou há mais de um ano com dores de bexiga, corrimento e sangramento, o que lhe levou a procurar uma unidade sanitária para entender o que se passava.

“Depois de várias consultas e encontro com vários médicos e várias receitas, por isso estou aqui hoje”, disse a paciente que entre várias limitações que enfrenta devido a doença está a prática de algumas actividades domésticas e relações sexuais.

Suzana Armando, outra paciente, disse que vem sentindo dores ao urinar há bastante tempo e nos últimos dias associaram-se dores nas costas, pernas, e barriga o que lhe dificulta andar, ficar muito tempo em pé, bem como manter relações sexuais. “Eu estou aqui porque comecei a sentir muitas dores e fui conversando com muitos médicos, fiz alguma medicação e me disseram para vir hoje, aqui espero ser operada para ficar bem, porque tenho meus filhos, sobrinhos filhos da minha irmã falecida que dependem de mim”.

A campanha, segundo apuramos, surge como resposta aos crescentes casos de cancros ginecológicos que vêm sendo diagnosticados nos últimos tempos ao nível das unidades sanitárias com capacidade de rastreio.

De acordo com Dércia Changule, médica ginecologista, a campanha vai operar, no mínimo, 15 pacientes, mas há mais de 20 por observar para se avaliar se todas obedecem critério cirúrgico.

O cancro do colo do útero e da vulva a causa é a mesma, pelo papiloma vírus humano, transmitido através das relações sexuais e acreditasse que a maioria das mulheres tenha contraído a infecção logo nos primeiros anos de início da actividades sexual.

A especialista deu a conhecer que é possível prevenir os cancros ginecológicos a começar pela vacinação que deve ser feita antes do início da actividade sexual. “Por isso que falasse muito em vacinar as meninas aos 9 anos, nosso país já está a vacinar as meninas aos 9 anos conta esse HPV que é para não desenvolverem o cancro do colo do útero”, disse a médica que apela às mulheres para adoção de uma vida sexual saudável e a evitarem o tabagismo.

“No caso das mulheres imunodeprimidas pelo vírus do HIV elas devem fazer devidamente o tratamento para que o corpo esteja forte”

Por seu lado, a médica ginecologista Ricardina Rangeiro disse que o cancro do ovário, ao contrário dos outros, tem uma forte componente genética no seu desenvolvimento. “Não tem vírus que causa, mas sim tem uma componente genética, em que essa mulher vai se apresentar com uma massa que vai crescendo, vai causando inchaço nos membros inferiores, emagrecimento e é mais difícil de diagnosticar e infelizmente chega a nós em fases avançadas. Por isso, aquela mulher que sentir um inchaço abdominal, edemas nos membros inferiores e dificuldades para comer, respirar e emagrecimento pode se aproximar a unidade sanitária”.

Importa referir que a campanha de cirurgia de cancros ginecológicos decorre até sexta-feira (24). (Adina Sualehe)

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