Nampula (IKWELI) – O partido Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), na cidade de Nampula, promoveu uma marcha, nesta terça-feira (12), por ocasião do dia internacional da juventude africana, evento que serviu para reflectir sobre os desafios prevalecentes no seio daquela camada.
A cerimónia foi dirigida por Jeremias Rodrigues, presidente da Liga da Juventude da Renamo, na cidade de Nampula. Trata-se de uma das marchas daquela formação política com tempo e itinerário consideravelmente curtos e com o público não habitual. Portanto, não foi aquela enchente ameaçadora que sempre caracterizou as marchas da Renamo, aquelas que em tempos recuados obrigava até o trânsito a ficar em sentido.
Trata-se de uma marcha que, mais que a juventude propriamente dita, foi mais aderida pelos membros do partido com idade avançada, os quais, de certa forma, fizeram um reforço incontestável naquele evento político.
Apesar disso, Jeremias Rodrigues, Presidente da Liga da Juventude da Renamo de Nampula, mostrou-se satisfeito pela aderência da referida marcha. Aliás, enfatizou que os jovens que teriam abandonado o partido estão pouco a pouco regressando aquela formação política.
“Na verdade, como é do vosso conhecimento, hoje é dia internacional da juventude, nós viemos ao mundo para mostrar que a Renamo na província de Nampula ainda tem jovens, os jovens estão a voltar para o partido, depois de perceberem que não havia condições de eles avançarem fora da Renamo”, disse Jeremias Rodrigues.
Lembre-se, a Renamo se auto-intitula formação política com muitos membros e simpatizantes na província de Nampula. Mas, por causa do fracasso nos resultados eleitorais, aliada a uma liderança descrita por alguns como sendo frágil, bem como o surgimento de novos actores políticos nacionais, o partido liderado por Ossufo Momade ficou qualquerizado, terminando até na terceira posição nas últimas eleições gerais, pela primeira vez na história de democracia multipartidária moçambicana.
Por outro lado, a Liga Nacional da Juventude da Renamo, em Nampula, ainda mostra-se preocupada com os ataques terroristas em alguns distritos da província de Cabo Delgado.
“A questão do terrorismo, estamos desde 2017 que o nosso país, muito mais a região norte, em especial a província de Cabo Delgado, a ser fustigado pelo terrorismo e nós como Juventude, como Renamo, a nossa estrutura, desde a primeira hora, se pronunciou de que, sendo um estado soberano, tínhamos que decidir como seria o nosso país, mas ainda continuamos a ver o sonho dos nossos irmãos, as nossas crianças a serem interrompida, e isso nos cria problema. Percebemos que esse governo não tem sentimento com a população moçambicana, especialmente de Cabo Delgado”, referiu Jeremias Rodrigues. (Constantino Henriques)