Nampula (IKWELI) – O chefe do departamento de Saúde Pública no serviço provincial de Saúde em Nampula, Geraldino Avalinho, reconheceu, em colectiva de imprensa realizada na manhã da última quarta-feira (28), que há ainda fragilidade no controle de medicamentos, daí que chama a todas as forças vivas da sociedade a combaterem os contínuos desvios.
“A questão do desvio de medicamentos é uma realidade, e eu penso que toda sociedade civil compreende que este cenário pode estar muito longe de ser ultrapassado se não for combatido de forma conjunta”, anotou Avalinho, indicando existirem vários mecanismos que o sector de saúde tem estabelecido e desencadeado para travar o fenómeno.
Sendo um dos mecanismos adoptados por aquela entidade, “a participação da comunidade no acto de descarregar é uma forma de fazer saber a população de que já existem medicamentos no distrito, de modo a participarem activamente no processo de gestão e controlo de actos que concorrem para o desvio dos mesmos.”
Outro mecanismo de controlo citado pela fonte é através das inspeções nos principais pontos passíveis de serem vendidos clandestinamente os fármacos, exemplo de feiras dominicais, comunidades, para desmantelar a rede de distribuição clandestina. “O que nós temos vindo a fazer é compreender o máximo quem realmente está nestes esquemas, portanto, identificar a cara e, como podem notar, alguns colegas foram implicados e detidos nos anos passados por este comportamento” recordou.
A fonte apelou, igualmente, aos gestores das farmácias e clínicas privadas a não enveredarem no aliciamento de profissionais de saúde para desviarem fármacos para abastecer suas prateleiras sob pena de sofrerem sanções severas e aos profissionais de saúde a abandonarem o roubo de medicamentos nas unidades sanitárias.
Avalinho falava aquando da cerimónia de entrega de um stock de medicamentos para a província de Nampula, onde aproveitou para esclarecer que “não há aqui situações de falta de medicamentos, porque os fármacos são colocados nos distritos em stock’s para três meses e muito antes dos três meses são imediatamente abastecidos os depósitos para reforço,” disse Avalinho.
Referiu, também, que foram descarregados dois camiões contentorizados de 40 pés no depósito provincial de medicamentos com assistência do comité de co-gestão de medicamentos e por incapacidade de depósito no armazenamento, o terceiro camião leva os fármacos para o depósito anexo ao Hospital Psiquiátrico de Nampula, o que mostra que a província tem medicamentos suficientes. (Nelsa Momade)