Doenças de origem hídrica poderão fustigar Nampula devido a crise de água

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Nampula (IKWELI) – A crise de abastecimento de água que se regista em Nampula desde os finais do passado mês de Dezembro está a preocupar o sector de Saúde naquele ponto do país, receando que a situação provoque caos caso comecem a registar-se doenças de origem hídrica, que ocorrem nesta época do ano.

De acordo com o Dr. Geraldino Avalinho, chefe do Departamento de Saúde Pública, nos Serviços Provinciais de Saúde de Nampula, entre Dezembro e Março é comum o registo, a níveis altos, da cólera, diarreias e malária.

Em exclusivo ao Ikweli, esta fonte mostra ainda receio pelo facto de as populações locais não terem a culpa de tratar, voluntariamente, a água que consomem, e que com esta crise toda água em vista tem servido para o consumo humano.

“Nós, como o sector da saúde, ficamos preocupados, porque não existem muitas alternativas para a população que procura pela água em diversas fontes. A água que se consome pode estar contaminada por fungos fecais, uma vez que as pessoas recorrem às zonas baixas, ou seja, os rios dos esgotos que nascem através das valas de drenagem da própria cidade e as pessoas vão abrindo os poços perto dali. Tratando-se de um esgoto, naturalmente, quando o lençol freático é abundante naquela zona e o risco da água não ser bem filtrada e que esteja contaminada é maior”, explicou a fonte, para quem “a maior parte da nossa população não tem o hábito de garantir que a mesma água seja purificada através do uso do cloro, certeza, entre outros”.

Por outro lado, de acordo com a fonte, é sabido que a cidade de Nampula é endémica ciclicamente, onde quando se regista o surto de diarreia são vários bairros acometidos, isto por conta da fraca rede de abastecimento de água nesta região, por uma parte.

E como o sector da saúde, Dr. Avalinho garante tudo estar aposto para responder a possível eclosão de doenças de origem hídrica, por conta da falta de água potável para o consumo diário. Todavia, exorta as entidades próprias que abastecem a água para envidar esforços no sentido de prover este líquido precioso aos munícipes.

Avalinho vai mais longe ao afirmar que o desenvolvimento demográfico, ou seja, o aumento populacional faz surgir novos bairros em expansão, o que não está a ser acompanhado pela existência de serviços sociais básicos, no caso específico da rede de abastecimento da água.

“A crise de água em Nampula acomete todos os anos, porque não há ser humano que resiste ao fenômeno de seca. Estamos a falar de um líquido precioso que as pessoas precisam de usar para diversas actividades nas suas casas e não só. Nós, como sector da saúde, olhamos isso como um atentado à saúde pública, não necessariamente porque existe alguém que tenha sido culpado, por se tratar de um fenómeno natural, ou seja, é importante que haja chuva para termos água”, disse.

Contudo, o chefe do Departamento da Saúde Pública nos Serviços províncias da Saúde em Nampula, conclui que, também, “é responsabilidade de algum sector aumentar a capacidade de conservação, tendo em conta o nível de expansão que a cidade tem vindo a assinalar nos últimos dias. Há muitos bairros que estão a surgir em Nampula, mas isso não está a ser acompanhado pela capacidade de reserva da água de modo a garantir que estes cidadãos que estão a construir suas residências nas zonas que não são periféricas da urbe tenham acesso a água potável”. (Esmeraldo Boquisse)

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