MISAU vai aplicar três milhões de Euros para Prevenção de Doenças Não Transmissíveis

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Maputo (IKWELI) – O ministério moçambicano da Saúde (MISAU), com o financiamento da Agência Italiana de Cooperação para o Desenvolvimento, procedeu na última segunda-feira (6), o lançamento oficial do Projeto de Prevenção e Controlo de Doenças não Transmissíveis (DNT), que visa, dentre vários objectivos, contribuir para redução da morbidade, incapacidade e mortalidade pelas doenças não transmissíveis no pais.

Segundo o ministro da Saúde, Armindo Tiago, o país passa, neste momento, por uma transição epidemiológica caracterizada por manutenção do elevado peso das doenças cardiovasculares, diabetes mellitus, o cancro, doenças respiratórias crônicas e traumas.

“O elevado índice de doenças não transmissíveis em Moçambique resulta da maior exposição a vários factores de risco, normalmente o consumo excessivo de álcool, tabaco, sedentarismo, alimentos gordurosos, salgados e açucarados”, disse

Tiago diz ainda que, apesar das altas prevalências, as doenças não Transmissíveis (DNT) são prevenoveis, através da redução da exposição aos factores de risco

“No tocante a hipertensão em Moçambique está entre mais elevadas no seio dos países em desenvolvimento, estimando-se em cerca de 40% com maior prevalência em indivíduos dos 15-49 anos de idade e o cancro já representa a terceira causa de morte no país até 8%”, anotou o dirigente, que revelou que dados sobre estudo realizado em 2015 apontam para uma prevalência da diabetes mellitus superior a 7%.

O projecto lançado no primeiro dia útil desta semana será implementado em 20 unidades sanitárias, precisamente das províncias da Zambézia (7), Sofala (7) e Maputo (6).

O foco será a continuação da integração nos cuidados de saúde primários, incluindo atenção a pessoa com deficiência.

Por seu turno, o embaixador da Itália em Moçambique, Gianni Bardini, informou que o lançamento do projecto da DNT representa a continuidade e a expansão de um projeto anterior iniciado em 2019.

No projecto anterior, segundo o diplomata, foi canalizado apoio em termos de fornecimento de equipamentos, reagentes e medicamentos para um total de 14 centros de saúde seccionais, formação de 413 profissionais da saúde no diagnóstico e gestão de pacientes com DNT, e foram igualmente formados 160 técnicos no uso da crioterapia. Ainda nesta fase, houve rastreio de 560 mil pessoas para diabetes, identificação de 1496 casos de diabetes e 6675 casos de diabetes e hipertensão.

“103 Mil mulheres beneficiaram do rastreio para o cancro do colo de útero, permitindo a identificação de 2.316 pacientes com lesões cancerosas, das quais 218 foram tratadas diretamente nos centros de saúde e 2098 encaminhadas para hospitais de referência”, disse Bardini. (Antónia Mazive)

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