Nampula (IKWELI) – Profissionais de saúde, maioritariamente afectos ao Hospital Central de Nampula (HC), saíram à rua nesta quarta-feira (11) para repudiar a violência que tem caracterizado as manifestações de repúdio dos resultados eleitorais e que, consequentemente, “despacham” muitos pacientes feridos ligeira e gravemente para as unidades sanitárias.
Muitos dos pacientes têm sido vítimas de baleamento, com balas reais, protagonizados por agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM).
No país, as unidades sanitárias deparam-se com a falta de medicamentos e outros materiais médicos, facto que faz com que os feridos nessas manifestações sufoquem os stocks existentes.
De acordo com o Dr. Eduardo Correia, porta-voz da marcha, devido a entrada massiva de pessoas vítimas de baleamento, tem sido difícil salvar vidas humanas, uma vez que nesses últimos dias, o HCN regista escassez de sangue.
“Essa manifestação se deve ao que estamos a viver actualmente, sobretudo a todos esses pacientes que dão entrada no Hospital Central de Nampula e sabemos que nós não temos condições suficientes para poder atender todas pessoas que são baleadas, uma vez que temos falta de sangue”, disse, apelando aos manifestantes para não pautarem pela violência durante os eventos.
Igualmente, chama atenção aos agentes da polícia para não atirarem contra a população, por isso “a maior mensagem é não a violência. Cada manifestante manifeste de forma pacifica, mas nós queremos que não haja violência e a polícia não baleie a população, porque a polícia tem a obrigação de defender a população”.
A nossa fonte deu a conhecer que apesar de cada vez mais pessoas estarem a dar entrada no HCN vítimas de baleamento, estes profissionais estão preparados para responder a demanda, mas “dependendo da demanda, estaremos preparados. Basicamente estamos a responder, mas há outros funcionários que ficam com medo”. (Virgínia Emília)