Nampula (IKWELI) – A erosão provocada por exploração desregrada de areia de construção na zona residencial de Nahene, no posto administrativo de Natikiri, nos arredores da cidade de Nampula, ameaça engolir algumas casas naquela circunscrição.
Como apurou o Ikweli, devido a esta prática, alguns moradores daquela circunscrição viram suas casas tombarem e machambas a desaparecerem devido a corrosão provocada pelos vendedores e compradores de areia para construção.
Hélio Samuel, residente naquela comunidade, conta que no princípio da exploração de areia naquela zona parecia tudo normal, mas no decorrer do tempo a situação começou a tomar contornos alarmantes, devido a presença massiva de carros que pretendem transportar areia em grande quantidade.
“A maioria de pessoas que estão a construir suas casas em Natikiri, Napipine e outros bairros desta cidade tiram areia aqui em Nahene. No início, isso tudo era machamba e tinha casas ao redor, mas devido a essa situação de exploração da areia, as pessoas acabaram se afastando a força para outras zonas mais distantes. Outras pessoas continuam vivendo perto dessa cova com todos riscos, porque em toda essa área há pessoas que se apoderam para simplesmente tirar areia”, disse.
Samuel explicou, ainda, que a situação tornou-se mais preocupante na medida em que a expansão tomou conta do posto administrativo de Natikiri, onde a preocupação de cada cidadão é construir uma residência naquele bairro. “Quando começaram a tirar areia parecia uma brincadeira, mas assim o buraco está cada vez mais a aumentar e está a alargar-se para a outra área”.
A fonte disse ainda que num passando recente uma equipa do conselho municipal da cidade de Nampula chegou ao local e tentou recolher as enxadas e pás, mas sem sucesso, pois “saiu confusão com essas pessoas que estão a vender essa areia, porque cada um tem sua porção, por exemplo, quando vem com seu carro, encontras pessoas que vendem cada carrada de areia ao seu valor”.
Silvério Cassimo, líder comunitário daquela zona, disse que cada dia que passa aumenta a aderência de viaturas na busca de areia para construção de residências. “Essa situação é complicada. Até tentei por várias vezes sensibilizar, mas não está a ser fácil porque alguns, sobretudo jovens, fazem daquela actividade o seu ganha-pão. Há vezes que encontras ali cheio de jovens provenientes de vários sítios e o ambiente até assusta. Ouvi que cada um deles tem uma camada onde tira areia para venda”, explicou. (Malito João)