Namialo: Jovens montam travessia clandestina sobre rio Monapo para extorquir cidadãos

Namialo (IKWELI) – O governo moçambicano está a assegurar a travessia sobre o rio Monapo com embarcações, as quais foram mobilizadas após as águas das chuvas da tempestade tropical severa JUDE terem destruído a ponte sobre aquele curso natural de água, mas há quem esteja a ignorar esta solução.

Uma fonte do Ikweli na vila de Namialo, distrito de Meconta, contou que há pessoas que estão a cobrar, clandestinamente, valores que variam de 100,00Mt (cem meticais) a 1.000,00Mt (mil meticais) para garantir uma travessia arriscada com recurso a cordas.

“Eu chamo dessa travessia de clandestina porque não é seguro, lá têm jovens que criaram seus mecanismos na ponte para as pessoas poderem atravessar através de cordas e há cobranças dependendo do número da sua carga pode chegar até mil meticais”, contou-nos essa fonte, que revelou que existem pessoas que tentam subornar os militares que se encontram no local a ajudar na travessia através das embarcações com vista a lhes fazer atravessar primeiro, alegando “falta de tempo para permanecer na fila”.

Esta nossa fonte conta que “eu já vi pessoas que não querem esperar na bicha a tirarem dinheiro para dar aqueles militares para lhes fazer atravessar primeiro, mas nós sabemos que o governo disse que a travessia naquele local é mahala, não se paga nada, mas existem sempre aqueles que são tentados e aceitam e isso só mancha a todos”.

O Ikweli contactou telefonicamente o chefe do posto administrativo de Namialo, Silvano Paulino, para aferir a situação e este disse não ter conhecimento sobre os pagamentos feitos aos militares e explicou que “se há pagamentos eu não sei, porque muitas vezes os subornos são feitos entre duas pessoas e é difícil ter certeza se não forem denunciados. E por vezes as pessoas que tentam subornar os nossos militares fazem isso para manchar o nosso governo, porque eles podem ser os primeiros a tirar dinheiro e se o outro recebe depois começam a falar pelas costas que foram cobrados. Mas neste momento vou a ponte para ouvir essa situação”.

E sobre a travessia clandestina que ainda acontece mesmo com as embarcações disponíveis, o chefe não isentou a possibilidade da informação ser verdadeira,  justificando que “essa informação faz sentido, porque quando estive lá pelas 8h para garantir que houvesse prioridade na travessia dos professores, enfermeiros e alunos para Netia, vi ali uma corda que já havia sido desmontada, acredito que esses jovens que querem se aproveitar da situação para ter algum valor fazem-no nas noites ou logo pela manhã, muito cedo, porque sabem que é proibido, quando isso acontece eu mesmo vou ao local com agentes da polícia para aconselhar para que não o façam”.

Naquele local, o governo alocou 4 embarcações com capacidade de 10 pessoas cada, as quais são pilotadas por elementos da Marinha de Guerra, uma unidade das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM). (Ângela da Fonseca) 

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