Nampula (IKWELI) – Alguns trabalhadores da empresa de segurança privada SHOA Segurança, subcontratada pelo Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), localizada nos arredores da cidade de Nampula, mostram-se agastados com os descontos sistemáticos de salários sem justificação por parte do patronato.
A situação é verificada desde a implantação da empresa e os colaboradores contam que aquando da sua contratação, não sabiam que haveriam de passar por cortes que vieram a tomar novos contornos no mês de Outubro de 2024.
“Estamos tristes com a forma como a empresa está a funcionar, esta não considera trabalhadores com o seu devido direito, somos 10 seguranças que estamos a prestar serviços na empresa SHOA Segurança, o que está no contrato é que estaríamos a receber o valor de 7.800,00Mt (sete mil e oitocentos meticais), mas não é isso que acontece, estamos a receber desde o mês de Outubro apenas 5.500,00Mt (cinco mil e quinhentos meticais), até agora não sei dizer os motivos, nunca perguntamos, porque o nosso patrão não vive aqui na cidade, ele mora em Chimoio,” contou um dos trabalhadores, que frisou que só permanece na empresa porque não tem outro lugar para se refugiar.
Caso a situação não se resolva, os trabalhadores ameaçam uma greve. “Nós já falamos com o nosso representante e ele disse que poderia entrar em contacto com o nosso patrão, então caso essa situação continue, nós entraremos em greve, porque já estamos cansados. Esse nosso patrão é hábito dele cortar salário, até há dias que ficamos dois meses sem receber, mas como não temos como e queremos trabalhar, ainda permanecemos aqui com esse sofrimento.”
Outro segurança acrescentou que “é uma situação que enfrentamos desde o ano que foi fundada a empresa e não sabíamos que estávamos a ser cortados os salários, só nos apercebermos no mês de Outubro do ano passado, graças a um colega que foi pedir a declaração de rendimento e nós outros vimos os valores.”
A nossa equipa de reportagem procurou ouvir o representante e supervisor da empresa SHOA Segurança, em Nampula, Horácio Medina Zacarias Hussein, o qual limitou-se a dizer que “essa parte de corte de salário, não é da minha responsabilidade, porque eu não faço parte da área administrativa, essa situação é gerida directamente em Chimoio, como a direcção está lá. A minha responsabilidade é ser um supervisor apenas, portanto só controlo faltas, então eu ainda não tenho o conhecimento da situação sobre o corte de salário.” (Virgínia Emília)