Nampula (IKWELI) – A Banda Marrove, um dos reconhecidos agrupamentos musicais de Moçambique, com origens na província de Nampula, vai surpreender o seu público admirador com mais um trabalho musical, intitulado “somos um povo” cujo lançamento está para breve.
Até porque a música abre espaço para que cada um atribua o seu título, por essa razão, num trecho disponibilizado nas redes sociais, há quem intitule de “somos africano”, “somos um povo africano”, mas oficialmente o título da música é “somos um povo”.
Contando com a participação do renomado músico Aly Faque, a música “somos um povo” procura retratar o dia-a-dia do povo africano, um povo desafiado por vários acontecimentos que só o poder divino pode trazer a sua real interpretação.
Os artistas recordam na música que o povo africano tem tudo no seu continente para os projectar numa situação de vantagem em relação a outros povos do mundo, desde os seus recursos minerais até o seu mosaico cultural, mas ao contrário o africano encontra-se mergulhado muitas vezes na miséria.
Apesar disso, os artistas contam que o africano é batalhador, procurando formas para superar as barreiras que se encontram na sua frente.
“A Banda Marrove lançou no ano passado o seu segundo CD de originais, intitulado tudo pela cultura e nesta CD a Banda Marrove optou em trazer o sentido diferente em relação o primeiro, decidimos trazer algumas figuras renomadas para o nosso CD, fazendo o útil e o agradável”, começou por contextualizar Elcídio de Oliveira Fernando, vocalista e líder da Banda Marrove.
“Nesta música falamos da natureza de ser africano, falamos do dia a dia de ser africano, falamos da forma de ser e estar do africano, porque se for a ver, a própria história diz que é o berço da humanidade, então, sendo o Berço da humanidade significa que o mundo está virado a Africa, sendo importante que nós africanos fazermos valer aquilo que África é, embora, infelizmente, é um continente desafiante porque clamamos dia após dia pela vida, as vezes o que temos aqui em África não somos nós que aproveitamos, então acaba sendo um paradoxo”, prosseguiu o nosso interlocutor.
Acrescentou o vocalista que “a música retrata mesmo no seu sentido geral sobre a África, sobre a história de África, sobre o ser do africano, principalmente o ser africano porque a história da África nós não detalhamos no seu fundo, mas falamos do africano porque é esse que no dia-a-dia corre, faz com que tudo seja possível para trazer o pão na mesa, então o africano no fim do dia é um povo batalhador”.
Apesar de não serem directo na música, a banda mostra sua preocupação com as políticas desencadeadas pelos líderes africanos, principais causas da miséria com que o seu povo fica mergulhado, apelando assim a mudança de comportamentos quando se está no poder.
“Nós como artistas temos esse poder de passar mensagem de reconciliação, consciencialização, socialização, e despertar acima de tudo. Estamos a despertar que olha, África tem esta valorização por aquilo que nós temos, eis a razão que, em termos de participação, decidimos ir buscar o kota Ali Faque, que é alguém com muita experiência na música, é um pai da nossa música para ele também mostrar seu sentimento por ser da África, através da sua melodia”, prosseguiu.
“É uma música que vale a pena escutar, vale a pena ouvir o sentimentalismo. Nós tivemos a produção do jovem Delcy que é um jovem daqui de Nampula, mas na altura da produção da música ele estava na África do Sul. Ele deu tudo para trazer um contexto diferente, em termos de produção. A sonoridade também convida para quem ouve, entoa, podemos esperar para ouvir.” Disse acrescentando que, “o vídeo está previsto para o seu lançamento no intervalo de 25 a 31 deste mês. Então, dentro deste período aí nós vamos ter uma data oficial que será exclusivamente o lançamento do vídeo e do áudio”.
“Queremos ver se conseguimos lançar nas televisões nacionais, estamos também a tentar bater porta para ver se possa passar em alguns canais internacionais, porque você sabe que o ser artista hoje, especialmente a Marrove não é apenas para Nampula. Agora o nosso sonho é diferente, temos o desafio de como vender para quem está fora de Moçambique, quem está em Angola, Cabo Verde, Tanzânia, quem está em outros países não só africanos como também do mundo, és a razão que lutamos para disponibilizarmos o nosso trabalho dentro e fora do país”, precisou o líder da Banda Marrove. (Constantino Henriques)