Nampula (IKWELI) – A circulação na estrada regional 686, ligando a cidade de Nampula ao posto administrativo de Corrane, em Meconta, ainda continua condicionada, devido a destruição de um aqueduto sobre um riacho localizado na área do posto agronómico.
O desabamento do aqueduto aconteceu na manhã do passado dia 13 de Janeiro corrente, devido a fúria das águas, na passagem do ciclone Dikeledi, segundo fizeram saber os moradores locais.
A área da interrupção pertence à cidade de Nampula, por isso o problema afecta em grande medida os munícipes que residem naquela circunscrição geográfica, concretamente nas novas zonas de expansão do Crispim, Baptista, para além da Cerâmica, pois diariamente recorrem a mesma via de acesso para o centro da cidade.
Após a destruição, até porque alguns trabalhos são notórios no local, levados a cabo pela entidade de tutela, sendo possível, inclusive, ver-se manilhas no local, mas para os utentes da via, as actividades decorrem de forma lenta.
“Quando vimos essas manilhas aqui, há pelo menos três dias, pensávamos que o problema seria resolvido, mas nem por isso. Quando procuramos saber dizem que a máquina não consegue porque são muito pesadas. Assim, dou muita força aos técnicos para que possam terminar esse trabalho com urgência, para ficarmos aliviados deste sofrimento”, disse Amílcar Paulo, um operador de táxi mota.
O que mais preocupa é o facto de o desvio feito, mesmo a esquerda do local da destruição, não estarem criadas condições básicas para facilitar a travessia. Face a isso, tem sido um martírio quando se chega no referido local. O sofrimento é extensivo aos peões, motociclistas, bem como os que transitam de viaturas, devido a lama que ali predomina.
“O que deviam fazer era, pelo menos, trazerem pedras para os peões saberem aonde pisar. Simplesmente fizeram o desvio e não criaram condições para travessia neste riacho. Acredito que não fizeram um trabalho de excelência neste desvio porque estavam confiantes que iriam repor a circulação na estrada principal, o que não aconteceu”, referiu Amade Carimo, um outro utente da via.

A demora na reposição da circulação normal nessa via de acesso, despertou uma oportunidade aos jovens locais, os quais mobilizaram-se para fazer uma espécie de portagem sobre o desvio. O que realmente fizeram, é a colocação de pedras, paus e madeira para facilitar a travessia de peões e motociclistas.
Em troca dessa benevolência, os jovens cobram dez meticais (10,00Mt) para os motociclistas, sendo que os peões têm acesso livre. Já para os carros atolados na lama, após eles empurrem até livra-los da situação, cobram entre 50,00Mt e 150,00Mt.
“Esta ponte destruiu-se, depois daí arranjamos maneira aqui para as pessoas passarem e estamos a cobrar dez meticais. Se o carro ficar atolado ajudamos a empurrar e cobramos 50 meticais. Ali colocamos pedras, paus, madeira, é por isso que cobramos dez meticais aqui”, contou o jovem Daniel, um dos elementos do grupo de portagem.
“Estamos a fazer este trabalho por sofrimento que temos, e nesses dias em que estamos aqui temos conseguido alguma coisa para comprarmos caril em casa. Eles estão a demorar com os trabalhos ali, ontem vieram as máquinas para colocar aquela manilha, mas não conseguiram”, acrescentou Daniel.
“Aqui em Moçambique nós jovens estamos mal. Quando se destruiu aquela ponte, esses técnicos não criaram condições neste lado do desvio para as pessoas poderem passar. Daí organizamos à nossa maneira, conseguimos paus, pedras, madeira e viemos colocar aqui para os motociclistas poderem passar, as pessoas que transportam carvão na bicicleta nós não cobramos, só cobramos esses de motorizada. As pessoas que não têm dez meticais, arriscam a passar no lado que não tem madeira.” acrescentou o porteiro, Lino Emane.
Para além do desabamento do referido aqueduto que condiciona o trânsito, em geral, a estrada Nampula à Corrane carece de intervenção de grande vulto em diferentes troços para permitir uma circulação tranquila da população. O troço entre Centro de Saúde de Muhala até o local de desabamento do aqueduto, por exemplo, é caracterizado por areia que dificulta em grande medida a movimentação de pessoas e bens. Constantino Henriques)