Nampula (IKWELI) – Um grupo composto por 17 camponeses de alguns distritos das províncias de Niassa, Zambézia, Nampula e Cabo Delgado, denunciaram um cidadão de nacionalidade bengali, por alegadamente ter lhes burlado em 510 toneladas e 170 quilogramas de milho num negócio no mês de dezembro passado.
De acordo as vítimas, tudo começou quando o indivíduo em causa teria solicitado aquela quantidade, mas que poderia pagar através de um cheque, só que após a emissão este não teve cobertura no banco.
Não havendo consenso entre as partes, o grupo de 17 camponeses recorreu as instâncias judiciais e neste momento o processo está em fase de instrução no tribunal judicial da província de Nampula.
“Este senhor solicitou-nos que precisava de uma quantidade de milho e numa primeira fase foi de 245 toneladas que havíamos combinado à 27,00Mt (vinte e sete meticais) por quilograma e depois passou-nos um cheque correspondente ao preço combinado, depois seguiu-se para a segunda fase, com aproximadamente 300 toneladas de milho, mas ao longo do tempo percebemos que o cheque emitido não tem cobertura”, disse Marcelino Alberto, um dos lesados.
“Quando nos apercebemos que tudo trata-se de uma burla, remetemos o caso as autoridades competentes e ficamos sabendo que uma parte do milho foi vendido e outra encontra-se em diferentes armazéns da zona de Subestação e Muepelume que posteriormente será vendido. Depois disso exigimos a devolução do produto e já não se trata de valor, dependemos da actividade para sustentar as nossas famílias”, acrescentou visivelmente desesperado.
Paulo Assane, outro lesado, não esconde a sua preocupação perante o sucedido, e recorda que seria do esforço da venda deste produto agrícola que lhe permitiria alimentação familiar e a suprir as outras várias necessidades básicas.
“Após a denúncia as autoridades competentes sobre o caso, o autor encontra-se em parte incerta e tudo indica que esteja a gozar de liberdade, porém o caso está nas mãos do tribunal judicial da província que neste momento está a favor do ladrão, pedimos a justiça a nós camponeses de diferentes províncias”, comenta.
Por outro lado, Armando Ramos, explicou que os 17 camponeses fazem parte de uma rede de comercialização, por isso foi fácil caírem na armadilha do estrangeiro.
O Ikweli contactou o suposto burlador, mas este não quis prestar qualquer informação. (Nelsa Momade)