Nampula (IKWELI) – Jovens de, pelo menos, 7 comunidades da Paróquia de São Pedro de Napipine, em Nampula, uniram-se na manhã do último domingo (1) para orar pela paz em virtude da situação que o país atravessa, caracterizada por manifestações violentas que têm estado a ceifar vidas humanas e destruição de bens públicos, privados e de particulares.
Um dos dirigentes do encontro, o Padre Rodrigues Nassope, residente no posto de Chalaua, distrito de Moma, partilhou uma experiência amarga que a população daquela comunidade vive devido as manifestações violentas, supostamente protagonizadas por amantes e seguidores de Venâncio Mondlane.
“Todos cristãos, não só os católicos, precisamos rezar muito para que o nosso país possa conhecer a paz, porque acontece que nunca vivemos em paz, o que se viveu em Chalaua foi muito triste, chegou um momento em que todo posto administrativo estava em chamas devido a essas manifestações, eu acolhi famílias dentro da igreja que tinham se refugiado na mata, uma situação bastante constrangedora para a nossa população”, disse.
António Francisco, um dos membros da comissão paroquial de são Pedro, acredita que parte significativa dos jovens que fazem estragos desconhecem o real motivo. “Advertimos os nossos irmãos para que possam continuar a pautar pelo amor ao próximo, porque entendemos nós que quem ama o seu próximo não tira a sua vida e não tira os seus bens, daí que a mensagem chave é de que os jovens não possam se juntar em qualquer movimento de violência para que possam salvaguardar a sua dignidade na comunidade e onde o jovem vive, deve manter boas relações com Deus. É com muita tristeza que alguns jovens que eram nossos conhecidos perderam a vida devido a essa situação e algumas infra-estrutura do Estado e privadas foram vandalizadas no contexto dessas manifestações, então aproveitamos o momento para reflectir e orar por isso tudo que está a acontecer no nosso belo Moçambique”.
Aristides Rodrigues, por sua vez, um dos jovens que participou no encontro, destacou a importância dos cristãos entenderem que “deve ser uma política justa que nos impele a uma relação contínua e definitiva com Deus”. (Malito João)