Nampula (Ikweli)- O setor de Saúde na província de Nampula registou, durante os nove meses do ano em curso, 2.898 óbitos devido ao HIV e à SIDA, entre as 38 mil pessoas afetadas.
Trata-se de uma pandemia que continua a preocupar as autoridades locais, especialmente porque o número de óbitos e novas infecções mantém ou tende a aumentar em comparação ao ano anterior.
De acordo com o responsável provincial do Programa HIV e SIDA na delegação do Conselho Nacional de Combate à doença em Nampula, Saide Félex Ossufo, dos 38 mil casos de pessoas afetadas, 1.900 são crianças e 36 mil adultas. Em relação aos óbitos, ele especificou que, das 2.898 mortes, 323 foram pediátricas e os restantes, adultos.
Saide Felex Ossufo apresentou estes números na manhã deste domingo, 1º de dezembro, durante a celebração do Dia Mundial de Luta contra a SIDA que este ano tem como lema “Seja Solidário, Diga Não ao Estigma e à Discriminação”.
“Em termos de testes, na nossa província de Nampula, temos um milhão e setenta mil casos até o momento. Nos nove primeiros meses, conseguimos realizar testes em um milhão e seiscentos pacientes. Desses, 2,8% foram casos positivos. Em termos absolutos, estamos falando de 38 mil pessoas com HIV, das quais 1.900 são crianças e 36 mil adultos. Em relação aos óbitos, a tendência é de manutenção em relação ao ano passado, com 2.898 mortes este ano, sendo 323 pediátricas e os restantes, adultos.”
No entanto, garantiu que “a transmissão vertical, este ano, tende a diminuir em comparação ao ano passado. Tivemos 4% de casos no ano passado e 0,5% este ano.”
A fonte apontou como principais causas para os casos de HIV e SIDA, a discriminação na sociedade e nos centros de saúde, abandono do tratamento, especialmente por mulheres grávidas, que temem perder o parceiro caso sejam diagnosticadas, e a falta de uso de proteção nas relações sexuais.
Além disso, revelou que, devido às intervenções realizadas pelos profissionais de saúde, cerca de 90% dos pacientes que haviam abandonado o tratamento retornaram às unidades de saúde.
“Dos 90% dos pacientes que abandonaram o tratamento, conseguimos fazer com que retornassem às nossas unidades sanitárias devido às nossas intervenções nas comunidades. Isso representa, no total, 41 mil pacientes no primeiro trimestre, 39 mil no segundo e 40 mil no terceiro. No entanto, desses casos, 90% retornaram ao tratamento. Como província, isso nos preocupa, pois ainda estamos registrando óbitos por HIV.”
Saide Félex também ressaltou que a transmissão vertical de HIV na província de Nampula está em um nível bastante elevado, atingindo 30%.
“Nos nossos serviços, atendemos 85 mil mulheres grávidas, das quais 90% foram testadas. Enfrentamos desafios, pois algumas mulheres na província recusam o tratamento, o que pode estar relacionado a questões sociais, econômicas e culturais, como o medo de perder o casamento por estarem infectadas. Isso resultou em cerca de 1.900 crianças seropositivas.” (Virgínia Emília)