Nampula (IKWELI) – A cidade de Nampula, capital do maior círculo eleitoral do país, acordou com um ambiente receoso, medonho e sem agitação, sendo que nas avenidas e ruas circulam, principalmente, “chapa-100”, mas sem a mesma “fúria de animal” habitual.
Entre as 5h e 7h30 da manhã, Nampula tem registado enchentes nos pontos de venda do peixe carapau, pois centenas de mulheres que dedicam-se a venda de comida confeccionada acorrem a estes locais para comprar o que a posterior transformam em caril, mas hoje estes espaços estiveram vazios, tal como observamos.
A avenida do Trabalho, que praticamente divide a cidade e coincide com o troço da N1 que atravessa a urbe, é a que mais movimentação apresentava até pouco depois das 8h, mas as outras nem por isso.
Parte significante das instituições públicas têm as portas abertas, mas sem muitos funcionários. Do sector privado quase nada tinha ainda aberto até as 8h.
São 7h40, a nossa equipa de reportagem escala o mercado grossista do Waresta que, habitualmente, neste período observa uma enchente volumosa, mas hoje não é o caso.
Para além do comboio que procura espaço para chegar ao porto de Nacala-à-Velha há, por ali, alguns “chapa-100”, mais um número não significativo de operadores de táxi de mota e alguns txopelas que teimam em procurar passageiros que não chegam na mesma densidade.
“Parece que hoje o dia vai ser complicado”, comenta o moto taxista que nos guia, para depois prosseguir que “minha praça é no cruzamento de Marrere, mas hoje nada se passa lá”.
A avenida Eduardo Mondlane, uma das principais da cidade, a despeito da Paulo Samuel Kankhomba, está mesmo “desabitada”, pelo menos até as 8h.
Alunos e estudantes permanecem em casa, porque foram avisados, oficiosamente, para não saírem de casa.
A festança está nos grupos de redes sociais, sobretudo o WhatsApp, onde jovens instruem-se para não ficarem desconetados da Internet, oferecendo alternativas ao caso de um apagão da rede. Aliás, o Ikwelisabe que mais de 50 grupos da rede social WhatsApp foram criados na cidade e província de Nampula para promoverem a greve ou então marcha pacífica de que se fala.
No maior círculo eleitoral do país, Nampula, os apelos para a não aderência a manifestação, tiveram lugar até noite a dentro desta quarta-feira (30). Jaime Neto, secretário de Estado na província de Nampula, foi a última figura a proferir estes apelos, depois de, durante o dia, Filipe Paúnde, que já foi secretário-geral da Frelimo e agora chefia a brigada central de assistência àquela província, também, ter feito, a sua maneira, os seus apelos. (Aunício da Silva)