Nampula (IKWELI) – O membro da Comissão Política do partido Frelimo e chefe da brigada central de assistência à província de Nampula, Filipe Paúnde, diz que a sua formação está sempre disponível para o diálogo, mas não para a negociação do poder com o candidato suportado pelo PODEMOS, Venâncio Mondlane, que na sua justificação a eleição para mais um mandato resulta da decisão popular.
Filipe Paúnde, que já foi secretário-geral da Frelimo, deu esse posicionamento numa conferência de imprensa na manhã desta quarta-feira (30), após a sua chegada à cidade de Nampula para uma visita à província que tem entre vários objectivos agradecimento aos membros e simpatizantes pela confiança depositada no partido Frelimo e no seu candidato Daniel Francisco Chapo.
“Não confundamos, uma coisa é diálogo e outra coisa é negociação. A Frelimo sempre pautou por diálogo, mas atenção é preciso não confundir o diálogo com negociação, diálogo é para estarmos todos em paz, porque o povo moçambicano depositou na Frelimo milhões de votos que deram os 195 deputados, o povo moçambicano votou, mais de 4 milhões no Daniel Francisco Chapo que deu 70%. Estamos a falar porque a Frelimo não pode falar com Venâncio e porque o Venâncio não pode falar com a Frelimo onde está Venâncio agora?”, comentou o político.
Paúnde critica a tendência do Venâncio Mondlane que, supostamente, visa destruir Moçambique. “É minha pergunta, ele podia dizer olha nós todos somos irmãos, eu dizia que em primeiro está o país, que é Moçambique. Se eu sou cidadão, eu não estou interessado em destruir Moçambique, seja qual for a razão, estou para construir Moçambique, quando a gente começa a incendiar casas, queimar viaturas do privado e do Estado, estão a construir Moçambique? Portanto, é preciso saber que algumas acções já saem da esfera política vão para esfera criminal”.
Violência em Chalaua e Mecanhelas
Filipe Paúnde condenou os recentes ataques às instituições públicas e privadas, incluindo membros e simpatizantes do partido que culminaram com a vandalização das sedes da Frelimo, posto policial, na sede do posto administrativo de Chalaua, distrito de Moma. O político reafirmou que a Frelimo sente-se humilhada e apelou a tomada de medidas
“Jamais o partido Frelimo terá medo, se a Frelimo tivesse medo não teria desencadeado a luta de libertação nacional, o inimigo na altura tão poderoso como era o sistema colonial então não são essas actividades tão isoladas que vão amedrontar a Frelimo, antes pelo contrário, a Frelimo vai ficar cada vez mais fortificada, porque quando nos atacam, mostra que estamos num bom caminho. Esse ódio todo resulta dessa vitória esmagadora que a Frelimo obteve, através do voto popular. A Frelimo vai exigir, também, as instituições que devem velar para protecção do cidadão e do seu país, portanto, uma sede nossa é uma instituição privada”, comentou Paúnde.
Sobre o acontecimento trágico de Mecanhelas, Filipe Paúnde disse que não faz parte da conduta da Frelimo, sublinhando que algumas informações veiculadas nas redes sociais não são verdadeiras, “mas atenção, as tecnologias de comunicação hoje atrapalham-nos bastante, tentam transmitir uma verdade que não é verdade, mas a Frelimo estava a rir, bater palmas, eu não posso crer que é por causa de disparo das armas que a Frelimo estaria a fazê-lo” , concluiu, anotando que “na verdade não são pessoas da Frelimo”. (Malito João)