Nampula (IKWELI) – E neste domingo fechou a campanha eleitoral. Foram mais de 40 dias de viagens, corridas, voos e caminhadas, até sentadas para convencer-se ao eleitorado que há projectos mais qualificados para serem votados.
A meio a promessas, não falharam acusações, outras ousadas e outras, nem por isso.
Os concorrentes, tanto candidatos, assim como os partidos, dedicaram-se a dizer que vão fazer valer aquilo que está previsto na lei sobre as atribuições de um governo, mas sem muita inovação, sem muito malabarismo, sem se quer oferecer esperança, ainda que essa ideia foi passada discursivamente.
Vamos aos candidatos:
Candidato submisso
Este é o Lutero Simango, que após a morte do seu irmão, Davis Simango, tomou o partido, tendo tornado-se presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) e, por via disso, candidato presidencial desta formação política.
Simango apareceu, caminhou, “bateu buracos” e fez promessas, referindo que se acha o melhor de todos.
Este candidato, que nunca esteve em posição de direcção administrativa pública, como tal, gaba-se de pertencer e ser candidato de um partido que governa a cidade da Beira há anos e que já experimentou o poder nas cidades de Nampula e Quelimane.
Candidato forçado
Entrou tarde. Viajou pelo país a dentro nas suas viaturas atribuídas pelo Estado. Deu voltas com vassouras nas costas e prometeu varrer todo o mal que enferma o país.
Este candidato é o Ossufo Momade, o ilhéu que tomou a presidência da Renamo após a morte do seu líder Afonso Dhlakama.
Momade entrou tarde na corrida eleitoral, tanto é que levantou suspeitas sobre o seu estado de saúde.
Sem o acompanhamento de figuras de gabarito do seu partido, Ossufo Momade fez-se mais destacável quando passou pela Zambézia, sob a “sombrinha” do Professor Manuel de Araújo.
Em Nampula, sua terra natal, Momade não se fez sentir, mas passou. Fez promessas e ainda acredita que vai vencer as eleições.
Nas suas locuções, tinha como foco a Frelimo, cuspindo aquilo que acha que a Frelimo estragou no país, como também disse que fará o melhor se chegar a presidência.
Candidato rebelde
Um pouco barulhento demais, acusador e incentivador de violência. Este é o candidato Venâncio Mondlane que, inicialmente fez-se acompanhar pela CAD, e na corrida entrou com o PODEMOS.
Abandonado por parte dos mais altos pensadores que o acompanhavam, Mondlane correu quase todo o país, fez promessas baseadas em acusações, contra todos os outros concorrentes.
Este candidato insultou, até fez campanha em horário proibido por lei, pelas noites. O que lhe valeu chamada junto a Procuradoria da República.
Focou-se no combate a corrupção, gestão sustentávelde recursos naturais, inclusão e transparência durante a sua governação, porque diz-se convicto que vai vencer no dia da votação, a 9 de outubro.
A Frelimo, a Renamo e o MDM foram vilipendiados por este candidato.
Candidato revelação
Este é o Daniel Chapo, o notário, jurista e jornalista que a Frelimo o trouxe para “baralhar” as contas, tanto internas, quanto externas.
No começo era um homem pouco concentrado, mas depois encontrou-se. Cometeu as suas gafes, disse que escolas, unidades sanitárias e outras infra–estruturas públicas são do seu partido, a Frelimo, mas depois clarificou. Aquilo era mesmo “brincadeira” de campanha.
Com muitos bajuladores a volta, Chapo consegue recordar-se que o que promete é mesmo para servir ao povo, pois recapitula a necessidade da recuperação de valores morais e patrióticos, piscando para a inclusãodisso no currículo escolar.
Este candidato cantou que não quer saber da corrupção, acenou para um banco de desenvolvimento, como também diz-se experiente, alias, ele serviu em consolados de dois presidentes, o Armando Emílio Guebuza (o patriota) e o Filipe Jacinto Nyusi (o mesmo das decisões sempre questionáveis, como também de memes).
A campanha terminou neste domingo (6), mas hoje começa a reflexão para que a melhor proposta de programa de governação seja confiada nas urnas nesta quarta-feira (9). (Aunício da Silva)
