Nampula (IKWELI) – A medida da exigência do uso de máscaras em espaços de aglomeração populacional começa a ter contornos positivos na cidade de Nampula, e do mercado grossista do Waresta a informação que colhemos é de que os próprios comerciantes não vendem produtos para os clientes que não cumprem com este requisito.
Segundo apurou o Ikweli, para fazer face a prevenção do novo coronavírus, os vendedores do maior mercado grossista do norte do país, temendo o perigo da contaminação, decidiram por serem eles os actores da sensibilização para o cumprimento da medida.
Foi na manha de ontem, segunda-feira (27), que o cumprimento da medida tornou-se obrigatório, e no terreno, o Ikweli notou que houve casos de clientes que foram dispensado e não lhes foi permitido adquirir produtos por não usarem máscaras.
Esta atitude conjunta, tornou-se conversa de esquina e do “chapa-100” na mais importante autarquia do norte de Moçambique, e mesmo os cobradores de transportes semi-colectivos de pessoas desencorajavam passageiros que não tinham máscaras para não irem ao mercado do Waresta, pois a viagem seria em vão e não adquiririam nenhum produto.
Para ter acesso ao mercado, os utentes passam por uma linha de corda montada pelos comerciantes, a qual só se atravessa com máscara cobrindo a boca e o nariz.
“Quem não tem máscara, não entra aqui”, dizia o senhor João Lourenço, um dos comerciantes que estive na fiscalização na manha de ontem, afirmando que “estamos a fortificar as medidas de prevenção para o concelho autárquico não fechar esse mercado, porque se fechar não teremos como alimentar as nossas famílias”.
Aos insistentes, Lourenço advertia que “não há desculpa, quem não tem máscara nem um pano para se tapar não entra aqui no mercado. Não queremos correr o risco de encerrarem o mercado como foi com a feira dominical”.
Ainda que no meio de divergências, muitos dos utentes daquele mercado estão de acordo com a medida, defendendo que a mesma oferece segurança e contribui na prevenção da pandemia.
“A ideia é boa, e vejo que muitos clientes estão a cumprir. Eu, pessoalmente, vim sem máscara, tentei entrar e não foi possível, daí que decide por comprar a minha máscara a 15,00Mt (quinze meticais)”, disse o jovem Celso Raimundo.
“De dois em dois dias, eu venho comprar meus produtos para vender na minha banca, lá na zona, e vejo que está sendo obrigatório o uso de máscaras. Para mim é uma alegria porque estarei confiante que não será fácil contrair o coronavírus”, comentou a senhora Laura João.
Os munícipes renitentes mostraram o seu desagrado com a medida, e acabaram regressando as suas origens sem ter feito as compras. “Estou a voltar sem comprar nada, porque não acho justo estarem a obrigar as pessoas a comprar máscaras. Eu não tenho dinheiro para essas brincadeiras”, disse o senhor Mário, visivelmente agastado.
Este grupo de munícipes defende que as pessoas devem estares livres de escolher o uso de máscaras ou não.
“Não podem nos obrigar a usar máscaras”, disse o munícipe Jorge Marcelo, para reconhecer que “essa doença já está aqui em Moçambique”. (Elisabeth José)