Nampula (IKWELI) – O presidente da Comissão Provincial de Eleições (CPE) em Nampula, Daniel Ramos, garantiu na manhã desta segunda-feira (7) que as condições estão criadas para o dia da votação referente as eleições gerais do dia 9 de outubro, mesmo com o comportamento revoltado dos Membros de Mesa de Votação (MMV’s).
De acordo com Daniel Ramos, o barulho dos MMV’s sobre o “desastre” do subsídio, não vai influenciar o processo de votação, por entender que os valores em causa, não constam da tabela de subsídios. “As pessoas foram esclarecidas e pode ser que não tenham percebido alguma coisa, mas nós pensamos que não vai interferir, porque neste momento, por exemplo, começamos a fazer as colocações ontem e até hoje estamos a prosseguir. Algumas das pessoas que estão no local, sobretudo ali na escola secundária, são pessoas que não foram apuradas e estão lá a procurar sorte”.
Ramos explicou, igualmente, que os MMV’s não podem presumir os valores que devem ser remunerados, mas sim terem certeza para que situações do género não venham a acontecer.
“Há uma desinformação que nós, pessoalmente, como órgãos eleitorais, não sabemos de que motivação provém, porque as tabelas que existem não são fictícias, são tabelas que existem. Os MMV’s, aqueles que ontem eram concorrentes, já sabiam na altura da formação o que eles iam receber. Os valores estão patentes. Estamos a falar de 5.000,00Mt (cinco mil meticais) para o presidente da mesa da assembleia de voto, 4.500,00Mt (quatro e quinhentos mil meticais) para o vice-presidente, 4.300,00Mt (quatro mil e trezentos meticais) para o secretário, 4.000,00Mt (quatro mil meticais) para o escrutinador e 2.500,00Mt (dois mil e quinhentos meticais) para elementos de proteção. Estes são os valores de domínio público, então não sabemos porque razão aparece hoje uma nova tabela fictícia a dizer que querem receber 8.000,00Mt (oito mil meticais)”, comentou Ramos.
Questionado sobre a não existência de lanche e água potável para os MMVS durante o processo de capacitação, um factor que supostamente aumentou a insatisfação dos membros de meses de votação, Daniel Ramos, assegurou “se tivesse algum problema relacionado com lanches ou não lanches, eu acho que na devida altura da formação este assunto devia ter sido levantado”.
Daniel reiterou que o assunto dos lanches já tinha sido acordado com os grevistas. “Não se pode fazer confusão, há uma coisa que se chama lanche que é o quite de lanche correspondente a 500,00Mt (quinhentos meticais). Eles recebem esse valor para ver se no local de chegada conseguem comer um pão para quatro dias. O subsídio de pagamento está no contrato que eles assinaram e se for a verificar, esses subsídios de lanche não assinaram em nenhum contrato, são 125,00Mt (cento e vinte cincos meticais) por dia”.
Por seu turno, Luís Cavalo, director provincial do STAE, em Nampula, disse que as máquinas já estão a ser alocadas nas assembleias de voto, mas, no entanto, diz estar surpreendido com as reclamações de má fé dos membros de mesa de votação.
“Não vejo motivo, sabendo que tudo foi clarificado no princípio, logo ontem e hoje nos surpreendem com essa situação. Desde ontem, estamos a distribuir os MMV’s nas respectivas assembleias de voto nos vinte e três distritos que compreendem a província de Nampula. As condições logísticas e viaturas estão em forma, e o processo está a decorrer para que no dia 9 o processo de votação possa decorrer normalmente”, garantiu.
Em relação aos subsídios de formação, Cavalo disse que “nunca tivemos nenhum subsídio de formação em todas formações dos processos passadas. O que fazíamos, era providenciar o lanche, mas com a escassez de recursos, desta vez não foi possível comtemplar o lanche e isso é de nível nacional. Para aprimorar este assunto de lanche, criamos as formações em turnos, o que significa que o primeiro turno era das 7 Horas até 12 horas e o outro das 14 horas às 17 horas, de modo a suprir esse défice de lanche”.
O Presidente do CPE garantiu ainda que a segurança e os apagões noturnos vão ficar para história, explicando que há lanternas de grande suporte que poderão ser usadas caso situações do género aconteçam.
Dados ao nosso poder, referem que as Eleições Gerais (Presidências e Legislativas) e para as Assembleias Províncias de 9 de outubro, a acontecer na próxima quarta-feira, o círculo eleitoral de Nampula, vai trabalhar com 4.746.00 (quatro mil e setecentos e quarenta e seis) observadores e com 33 mil (trinta e três mil) MMV’s.
Enquanto isso, o comando da Polícia da República de Moçambique em Nampula, na pessoa da sua porta-voz, Rosa Nilza Chaúque, declara que estão a trabalhar para amainar os ânimos dos MMV’s em greve. (Malito João)