Nampula (IKWELI) – Encontra-se detido nas celas do Serviço Nacional de Investigação Criminal, na cidade de Nampula, um funcionário do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), do maior círculo eleitoral do país, indiciado de estar envolvido num esquema de venda de cartões de eleitor a um grupo de criminosos para o registo fraudulento de cartões de comunicação de operadoras móveis.
Segundo apurou o Ikweli, a detenção deste individuo aconteceu na sequência de uma investigação rigorosa levada a cabo pelo SERNIC, desde o mês de Março, quando um grupo de jovens de Namicopo foi detido por envolvimento num esquema fraudulento de registo de cartões de telefonia móvel, usando cartões de eleitores.
Segundo Enina Tsinine, porta-voz deste órgão em Nampula, “trata-se de falsificação e uso de chancela não autorizada. Nós apresentamos no mês de Março, no bairro de Namicopo, um grupo de cidadãos que se dedicavam ao registo fraudulento de cartões de telefonia móvel, no acto do nosso trabalho faltava um cidadão que ainda tínhamos de identificar como fornecedor de cartões de eleitor que era funcionário do STAE. No acto da detenção de uma cidadã, funcionária de uma empresa de telefonia móvel que era fornecedora dos mesmos cartões e fazia distribuição para o cidadão que era proprietário da marca não chancelada e ponto focal do mesmo, teria se apercebido e refugiou-se no distrito de Monapo, fizemos os trabalhos de investigação que culminou, antes de ontem, com a detenção do funcionário do STAE por sinal é chefe da secretaria do mesmo”.
Tsinine fez saber que o indivíduo está, juntamente, detido com o seu comparsa com que fazia o negócio e afirma que todos são confessos pelo crime praticado. “Fizemos a detenção de todos eles, são confessos, mas os mesmos apontam a funcionária da empresa de telefonia móvel, denominada Ilda, como autora de tudo, sendo ela é quem solicitava quando para os mesmos fazerem a compra dos cartões dos eleitores para concluir o registo fraudulento”.
O acusado é confesso pelo crime cometido e pede perdão à Deus e aos demais. “Tenho 31 anos de idade, estou aqui por ter me envolvido num assunto de cartões de eleitor, eu era funcionário do STAE distrital de Nampula, afecto a área da secretaria e conheci este aqui ao meu lado, somos amigos há muito tempo, então ele teria conversado comigo, como ele sabia que naquela altura haviam aqueles cartões de eleitor em que as pessoas vieram reclamar e quando terminou àquele processo os cartões ficaram arrumados lá no serviço. Os cartões eu não vendia em valor, mas apenas eu só entregava e me dava 500,00Mt (quinhentos meticais), eu não sei qual era a finalidade dos cartões”.
O seu comparsa disse que comprava cartões para registar e a posterior vender às pessoas que não tinham documentos de identificação. “Na verdade, a gente sabe melhor como fazíamos, nós consideramos que cada cartão de eleitor tem cinco vidas, esse número de cartões SIM deve registar, então a gente registava e depois devolvia para ele, eu pedia o número de dez ou vinte cartões registava e depois devolvia para o meu amigo, já fizemos cerca de cinco até seis vezes”, reconheceu. (Malito João)