Nampula: Povo de cristo apela a realização de eleições justas em ambiente de paz

Nampula (IKWELI) – O povo de cristo da Arquidiocese de Nampula, em peregrinação ao santuário Maria Mãe do Redentor, em Meconta, apela a necessidade de realização de eleições gerais, presidenciais e para as assembleias provinciais, a 09 de outubro próximo, bem como a transparência e a justiça social para garantir a paz efectiva no país.

A peregrinação ao santuário de Meconta realizada nos dias 17 e 18 de agosto, reuniu mais de três mil fiéis, provenientes das paroquias que perfazem a Arquidiocese de Nampula, com o intuito de promover a renovação espiritual, através da oração e meditação.

Justina Munhaga, crente católica, disse que “estou aqui para invocar e pedir por muitas coisas na minha vida profissional, assuntos familiares e as situações que acontecem neste nosso Moçambique, dai que anualmente este é um marco muito grande, porque todos os católicos se reúnem para orar. Também em Moçambique precisamos viver a paz efectiva e para que as eleições que se avizinham sejam livres, transparentes e justas para o bem-estar da nossa sociedade de forma abrangente”.

De acordo com Délio Inácio em peregrinação em Meconta e residente no distrito de Moma, anota que para todos os moçambicanos, sobretudo os fiéis católicos, espera-se nas eleições de 09 de outubro próximo, o cumprimento da lei eleitoral vigente no país.

“Daquilo que foi a minha experiência do processo eleitoral, a nível dos municípios no ano passado, foi lamentável e houve várias manifestações que contribuíram bastante para o não cumprimento da lei e a violação dos direitos humanos, então resumindo não foi um processo legítimo, tendo em conta que a situação de nível de reclamações foi em todas as autarquias e no presente ano esperamos tudo diferente e melhor”.

Júlia Oreste, também peregrina, afirmou com preocupação o facto de “vários moçambicanos não poderem viver a paz efectiva, tudo por causa das fraudes no processo eleitoral entre os partidos políticos, dai que para a realização da eleição no presente ano, esperamos que seja verdadeiramente justa e livre, porque só assim viveremos na alegria de cristo”.

Oreste comentou que “para os cristãos em Nampula, o processo de peregrinação é um momento ímpar que acontece anualmente, momento de perdão, reconhecimento e acima de tudo realização para todos juntos caminharmos na vida melhor e com cheio de graças”.

A dona Reclina Miguel, outra crente, fez saber que “para mim significar penitência e, acima de tudo, agradecemos porque foram tantos desafios enfrentados na minha vida, mas graças a Deus percebi que é possível, então o meu apelo é que continuemos a rezar para que tenhamos todo o bem nesta vida”.

Igualmente, os peregrinos continuam a exigir o fim do terrorismo em Cabo Delgado, na região norte de Moçambique, de modo que se viva o verdadeiro amor de Deus.

“Em Moçambique vivemos com enormes dificuldades, porque o terrorismo ainda assola alguns distritos da província de Cabo Delgado, impedindo que uma parte de pessoas possa viver feliz, tenha escolaridade, saúde e outros serviços condignos, dai que hoje e sempre continuaremos a rezar para o fim da guerra. É necessário que o governo crie mecanismos de combate ao terrorismo, porque enquanto continuarmos a ouvir os gritos de socorro e o sofrimento dos outros irmãos que vivem no mesmo país é impossível viver na paz e em comunhão com o cristo”, sublinhou Norberto Amisse.

Residente no distrito de Angoche, António Momade, frequenta o santuário há mais de três anos e afirma que “a guerra é preocupação para todos os moçambicanos, esperamos que o nosso governo e outros parceiros internacionais contribuam no  fim do problema, existem crianças e outras pessoas como adultos e a camada juvenil que, neste momento, não podem gozar dos seus direitos por causa da realidade que se vive em Cabo Delgado”.

Na mesma senda, segundo a homília proferida na manhã deste domingo (18), no santuário de Meconta, pelo o arcebispo de Nampula, Dom Inácio Saure, para o bem da humanidade e o fim da guerra em Moçambique é necessário que as eleições de 09 de outubro ocorram em observância a vontade das pessoas e de Deus.

“É vontade de Deus que todos os homens enxerguem o conhecimento da verdade, portanto, para que nas eleições não haja mentiras, também Deus quer que os moçambicanos vivam na concórdia e na paz, não domínio de discursos ilusórios que servem para adormecerem as mentes do povo”. (Nelsa Momade)

 

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