Nampula: Sapateiro torna-se profissão prioritária para jovens sem emprego

Nampula (IKWELI) – O auto-emprego na cidade de Nampula tornou-se uma alternativa para quem, formalmente, não consegue arrumar um emprego, tanto é que muitos adolescentes, jovens e adultos vão praticando actividades de geração de rendimento e com procura.

Uma dessas actividades é a de sapateiro, que tem mobilizado vários praticantes pelas ruas da cidade de Nampula, os quais dizem-se felizes com o que ganham para colocar pão na mesa de suas famílias.

Preferencialmente, os praticantes recorrem a esquinas próximos a hotéis, incluindo mercado e outros locais de maior aglomeração populacional, como é o caso da entrada dos bancos comerciais.

Juma Alfredo é sapateiro há 10 anos, estando estacionado no mercado do Peixe, também, conhecido por mercado dos Belenenses, e ao Ikweli narrou que os ganhos com essa actividade ajudam-no a cobrir as suas despesas familiares.

“Eu comecei a trabalhar como sapateiro porque não consigo emprego para me sustentar, mas com o pouco que consigo dia-a-dia, neste meu trabalho, agradeço a Deus”, afirma esta fonte, que não esconde a sua intenção e desejo de se formar, pois recorda que já tentou concorrer para um instituto de formação de professores, mas sem sucesso, alegadamente porque não tinha dinheiro para pagar por uma vaga.

Pai de 3 filhos, exercendo a actividade de sapateiro no mercado grossista do Waresta, o senhor Armando João, conta que foi abandonado pela sua esposa por ser desempregado.

Segundo conta, ela “preferiu casar com um funcionário do aparelho do Estado e me deixar com as crianças”, mas como sapateiro “consigo levar 200,00Mt e as vezes 100,00Mt para casa. Por mais que haja carência de clientes, é diferente de simplesmente sentar sem nenhuma ocupação a fazer, porque meus filhos dependem de mim e precisam do meu apoio”.

João as pessoas desempregadas para que tentem encontram algo que lhes traga rendimento, de forma a reduzir as suas intenções de prática da criminalidade.

“Todo tipo de trabalho é emprego”, entende este nosso interlocutor, pois “cada um de nós depende do outro”.

“Eu faço esse tipo de trabalho há dois anos, no sentido de sustentar os meus filhos e as minhas necessidades, mas estou aqui devido a falta de emprego, o governo só sabe dar os seus familiares, não valoriza outras famílias que estão a sofrer. Eu agradeço a Deus porque, por dia que eu venho trabalhar consigo levar para minha casa 80,00Mt (oitenta meticais)”, conta António da Conceição Buana, de 40 anos de idade, sapateiro instalado no mercado do Matadouro.

Igualmente, esta fonte concluindo encorajando, sobretudo os jovens, a encontrarem uma actividade prática de forma a ter ganhos para suprir as suas necessidades. (Virgínia Emília)

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