Professor Adriano Nuvunga chama a igreja Anglicana a guiar o país fora da actual crise eleitoral

Maputo (IKWELI) – O Professor Doutor Adriano Nuvunga, Presidente da Rede Moçambicana dos Defensores dos Direitos Humanos e Chairperson da Rede de Defensores de Direitos Humanos da Região Austral de África, chama a Igreja Anglicana, por via do seu vice-presidente e Bispo da Diocese da Zambézia, Dom Vicente Msosa, a fazer valer a sua missão divina de manter a paz numa sociedade, sobretudo moçambicana que se tem devastado com a crise pós-eleitoral que esta ceifando vidas de inocentes.

Tal como ao bispo Carlos Matsinhe, Nuvunga dirige-se ao Dom Msosa por via de uma carta aberta e, começa referindo que “meditamos profundamente sobre a carta que Vossa Reverência compartilhou, referente à reunião do Conselho do dia 22 de outubro de 2023. Mesmo que a data de publicação não tenha sido especificada, tomamos conhecimento da mensagem com toda a gravidade que a situação requer. Além disso, recordo que no dia 28 de outubro de 2023, dirigimo-nos ao Bispo Dom Carlos Matsinhe, presidente da CNE (Comissão Nacional de Eleições), em uma carta que esperamos ter sido do vosso conhecimento”.

Mais adiante o professor de Ciências Políticas na Universidade Eduardo Mondlane avança que “posto que a igreja desempenha o papel de consciência da sociedade, a posição da Igreja a respeito do actual cenário eleitoral no país é de suma importância para toda a sociedade moçambicana. Agora, mais do que nunca, o povo moçambicano precisa da orientação peculiar da Igreja, “Assim diz o Senhor”. No entanto, após a comunicação partilhada por Vossa Reverência chamando a CNE e o Bispo Carlos Matsinhe ao respeito pela verdade e, muito em particular, após os resultados fraudulentos anunciados pela CNE que mergulharam o país em tumultos que têm custado vidas humanas, o povo ainda não ouviu a voz da Igreja Anglicana em defesa da verdade e justiça. Tal como o fez através do comunicado referenciado acima antes do anúncio dos resultados, a Igreja Anglicana, junto de todas as instituições religiosas, tem agora a missão divina de guiar o país fora da actual crise eleitoral, tomando posições e ações claras e corectivas”.

“Ao afirmar que a CNE e STAE estão com a credibilidade abaixo de zero, o Dr. Brazão Mazula captou perfeitamente o sentimento do povo moçambicano para com os órgãos eleitorais, especialmente para com o Bispo Carlos Matsinhe, presidente da CNE. Apelamos ao Conselho Anglicano em Moçambique a responsabilização pública, enquanto mordomo da verdade eleitoral e ministro da Palavra de Deus, do Bispo Carlos Matsinhe pela actual crise e suas consequências. Dom Carlos Matsinhe perdeu a credibilidade de um árbitro imparcial em Moçambique”, escreve o director executivo do CDD.

“Com relação aos actos que violam os princípios da justiça, integridade e transparência, ainda esperamos pela posição da Igreja. Nossa convicção é a abstenção num momente de crise quanto este não é opção para a Igreja de Cristo. O compromisso com a verdade e a justiça deve ser inabalável, independentemente de afiliações políticas ou de circunstâncias convenientes. O repúdio, pela Igreja, destas eleições e seus resultados fraudulentos tem o potencial de chamar os errantes a razão e o povo a reconciliação. No que tange à justiça eleitoral, reiteramos o apelo para que a Igreja Anglicana se posicione e aja em defesa de um sistema eleitoral transparente e justo. As palavras são poderosas, mas as acções são determinantes.

Dom Vicente, este é um momento decisivo para Moçambique. As acções tomadas agora pela Igreja determinarão a confiança do povo pela nobre missão das instituições religiosas”, conclui o professor Adriano Nuvunga na carta cujo conteúdo estivemos a citar, enfatizando que “rogo sinceramente que estas palavras sejam recebidas como um apelo urgente à reflexão, reavaliação e acção”.

Após ler a acta de aprovação dos resultados das eleições de 11 de outubro, o bispo Carlos Matsinhe, presidente da Comissão Nacional de Eleições, rumou para o Benim, onde participa de uma reunião dos Órgãos Eleitorais da União Africana. (Redação)

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