Maputo (IKWELI) – O ministro moçambicano da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Celso Correia, garantiu aos deputados na manhã desta quarta-feira (1), em sessão de perguntas e respostas na Assembleia da República, que a manutenção dos tractores adquiridos no âmbito do programa SUSTENTA é assegurada pelas empresas fornecedoras, as quais têm um calendário de visita aos Pequenos Agricultores Comerciais Emergentes (PACE).
“Em relação ao investimento em equipamentos versus hectares trabalhados, é importante notar que os PACEs estão num processo de aprendizagem tanto no uso dos tractores como na prestação de serviços tractorizados”, disse o governante, anotando que “este processo tem o acompanhamento da equipa técnica do FAR (Fundo do Fomento Agrário e Extensão Rural) de forma a garantir que os tractores sirvam tanto os PACE como os PA. Este processo leva cerca de 3 a 5 anos dependendo das condições locais de área (tamanho das áreas destroncadas) e relação PACE e PA”.
Correia explicou ainda que “as empresas fornecedoras de tractores são exigidas que tenham um carro oficina, mesmo para garantir a assistência e manutenção “on-farm”. Relativamente aos beneficiários versus riscos ou alegações de partidarização, gostaríamos de aduzir que para conferir maior transparência e inclusão no processo, foram criados comitês distritais e provinciais de avaliação de candidaturas”.
O programa SUSTENTA “visa promover cadeias de valor ao nível nacional e provincial, com impacto na produção e produtividade, privilegiando o desenvolvimento da agricultura familiar no processo”, por isso, e para o efeito, Segundo o ministro Correia, “o programa adopta como estratégia, assegurar a transferência de tecnologia, financiamento a produção, e ligação aos mercados, dentro de uma lógica de fomento de cadeias de valor produtivas que permitam aos pequenos agricultores melhorar o seu rendimento familiar. O nosso principal objectivo é o aumento do rendimento agrícola familiar de Um Milhão (1.000.000) de agregados familiares (AF’s), de forma a superarem a linha de pobreza alimentar até 2025”.
Só para situar aos deputados, Correia lembrou que este programa que visa a melhoria da segurança alimentar; geração de emprego; promoção de maior inclusão social; aumento da produtividade e consequente aumento da produção, “ quando do seu lançamento em Tete, os dados estatísticos disponíveis indicavam que Moçambique registava na altura índices de pobreza na cifra de 46,1% e uma parte significativa desta pobreza registar-se no meio rural. Dos perto de 4.2 milhões de agregados familiares que residem no meio rural, cerca de 1.8 milhões encontravam-se em situação de pobreza de rendimento e consumo, devido ao seu limitado desenvolvimento agrícola, nomeadamente a fraca produtividade; deficiente acesso às tecnologias produtivas, serviços financeiros e mercados”.
Ainda no âmbito da implementação do programa SUSTENTA, Celso Correia disse que “316 235 agregados familiares foram financiados em kits de insumos de produção constituídos por semente certificada, fertilizantes, pesticidas, sacos herméticos, pulverizadores; 1. 257 Pequenos Agricultores Comerciais Emergentes (PACEs) financiados; financiadas 31 Pequenas e Médias Empresas; assegurado o financiamento para a contratação de 2 071 novos extensionistas de campo, o que permitiu o alagamento da rede de extensão a nível nacional e tendo como impacto imediato o aumento de famílias com acesso aos serviços de assistência e extensão rural, isto é, passamos de 6,9% de cobertura em 2020 para os actuais 23%; assegurado o financiamento para a capacitação contínua de 3 900 extensionistas, aquisição de 2 250 motorizadas, 4 000 tabletes e crédito, 4 000 Kits de extensionistas, como impacto imediato temos uma rede de extensão fortificada e profissionalizada para garantir uma assistência integral aos agregados familiares no meio rural; bem como o financiamento de 1087 tratores e respectivos implementos, o que permitiu aumentar a capacidade de operações mecanizadas”. (Redação)