Nampula (IKWELI) – Em menos de um mês, mais um esquema de falsificação de documentos foi desmantelado na capital do norte, desta vez envolvendo indivíduos de 32 e 64 anos de idade, naturais da vizinha província de Cabo Delgado, os quais terão tentado levantar um valor de 204.000,00Mt (duzentos e quatro mil meticais) na conta de um antigo combatente já falecido.
Esta informação foi partilhada na manhã desta quinta-feira (26), numa conferência de imprensa, pela porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM), na província de Nampula, Rosa Nilza Chaúque, onde explicou que os indivíduos foram detidos graças a denúncias feitas por pessoas que terão desconfiado dos movimentos daqueles indiciados.
“Foram detidos dois indivíduos, estes que são acusados no tipo legal de crime de mudança ilegal e no uso de nome falso. Estes se fizeram a uma agência bancária, tendo efectuado vários levantamentos, perfazendo um total de 204 mil meticais. A polícia, tomado conhecimento, se fez prontamente a esta agência bancária, onde foi possível a detenção do cidadão de 64 anos de idade e o mesmo tinha como comparsa o seu genro, e o mesmo informou no acto da audição que teria sido convidado por seu amigo residente na província de Cabo Delgado.”
A nossa equipe de reportagem entrevistou os dois indiciados de falsificação de documentos de um morto, por sinal antigo combatente, os quais confessaram o acto.
“Estou aqui porque uma pessoa que trabalha num dos bancos cá na cidade de Nampula, me disse que tinha que procurar um idoso para falsificar documentos de alguém que já perdeu a vida, alegando que o dinheiro está a sair todos os meses, mas não podemos levantar, porque só deve ser um idoso a fazer esse movimento no banco, fui procurar meu sogro para fazer, fiz porque tinham me prometido 10 mil meticais, depois aceitei, e esse meu pai levantou 70 mil meticais e a pessoa desse banco levou 60 mil meticais, assim esse funcionário de banco já fugiu, agora eu vim parar aqui porque tinham prendido um idoso que não se aguenta e não sabia de nada, esse movimento começamos a fazer no mês de agosto de 2024, assim estou muito arrependido,” disse o indiciado de 32 anos, natural de Cabo Delgado
Por outro lado, o idoso de 64 anos de idade, também indiciado, disse que teria aceitado fazer parte do crimesem conhecimento. “Fui chamado pelo meu genro e esse funcionário desse banco, alegando que eu tinha que me fazer passar por essa pessoa tirando minha foto e me obrigaram a aperfeiçoar a assinatura dessa pessoa que perdeu a vida para levantar dinheiro do mesmo falecido, então dia seguinte fui, levei os documentos, entreguei esse senhor do banco, como ele tinha dito para levantar 70 mil meticais mas avulso, apenas me deram 5 mil meticais e regressei para minha casa, também fui levantar outra vez 70 mil meticais, depois de um tempo bloquearam o cartão,eles me disseram que tinha que ir actualizar, só que quando chego, fui capturado com a Polícia.”
Importa referir que recentemente a Polícia da República de Moçambique (PRM), na cidade de Nampula, teria apresentado um casal, proveniente da província de Cabo Delgado, região norte de Moçambique, também indiciado de falsificar documentos de um morto, por sinal também antigo combatente. (Virgínia Emília)