Terrorismo e Chido ainda desafiam o sector da educação em Cabo Delgado

Pemba (IKWELI) – Os ataques terroristas que ocorrem desde 2017, somados aos efeitos do ciclone Chido, ocorrido a 15 de dezembro passado, continuam a desafiar a implementação efectiva das actividades do sector da Educação na província de Cabo Delgado, forçando, até ao momento, o encerramento de várias escolas, dentre primárias e secundárias.

O director do gabinete do governador de Cabo Delgado, Álvaro Gonçalves, afirmou recentemente que os ataques terroristas obrigaram ainda ao encerramento de 117 estabelecimentos de ensino, com destaque para os distritos de Macomia e Quissanga, com 35 e 30 escolas encerradas, respetivamente.

Um docente da escola primária de Nanga A, no distrito de Macomia, disse ao Ikweli que as aulas decorrem normalmente, apesar dos riscos de insegurança que os residentes locais vivem.

O professor admitiu que as salas estão superlotadas, com turmas que chegam a acolher mais de 60 alunos nas classes iniciais.

“As salas estão cheias, com alunos locais e também famílias deslocadas. É um verdadeiro caos. Há turmas com entre 60 e 90 alunos, sobretudo nas primeiras classes”, relatou o docente, que preferiu não ser identificado.

Impacto do ciclone Chido

Quanto ao ciclone Chido, o director do gabinete do governador de Cabo Delgado, Álvaro Gonçalves, que falava à jornalistas na cidade de Pemba, indicou que 8 distritos continuam a enfrentar uma crise de infraestrutura escolar, deixando centenas de crianças a aprender ao ar livre.

Segundo a fonte, das 1.419 salas de aula destruídas pelo ciclone nos distritos de Mecúfi, Ancuabe, Montepuez, Metuge, Chiúre, Pemba, Namuno e Balama, apenas 294 foram reabilitadas, graças ao esforço conjunto do governo e seus parceiros.

Persistência da actividade terrorista

Apesar de a situação estar a ser descrita como calma, há relatos de circulação contínua de terroristas nos distritos de Macomia, Meluco e Muidumbe, tal como foi relatado recentemente. No dia 17 de Junho findo, o grupo de terroristas montou barricadas ao longo da Estrada Nacional nº 380.

Naquele dia, além de interromper a circulação rodoviária por algum momento, alguns passageiros foram feitos reféns e libertados após cerca de cinco horas.

No distrito de Muidumbe, a presença de terroristas continua a ser reportada na zona baixa, em áreas próximas às aldeias de Mapate, Mandela e Miangaleua. (Redação)

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