Jornalistas repudiam ataques contra a classe durante as manifestações

Nampula (IKWELI) – Alguns jornalistas em Nampula, no norte do país, mostram-se preocupados e repudiam veementemente os actos de violência que impedem o direito a liberdade de informação e imprensa, face as manifestações em repúdio aos resultados eleitorais do passado 09 de outubro.

Em entrevista ao Ikweli, os profissionais de comunicação social dizem que o ataque a mídia representa uma autêntica violação aos princípios de transparência e do direito de acesso a informação pública, para além da violência dos direitos humanos e liberdades fundamentais, tanto a nível nacional, quanto internacional.

O jornalista e escritor Victor Máquina, baseado em Nampula, acredita que o pacote eleitoral deve seguir os critérios legais e apela para que os mandantes das manifestações e os cidadãos devem parar para reflectir sobre os impactos negativos que as manifestações no país estão a causar na vida da população. “A situação é de extrema preocupação, sobretudo pela actuação dos que se dizem manifestantes. Neste momento, o que me ocorre é chamar atenção aos responsáveis desses movimentos para que dentro das suas organizações sentem e saibam orientar aos menores comportamentos. Nada valerá investir no vandalismo através da destruição de bens públicos e privados no país que se pretende governar, mas o importante é julgar o que achamos não ser correcto”.

No entanto, a classe jornalística apela as autoridades governamentais, a PRM [Polícia da República de Moçambique] e os manifestantes dos resultados eleitorais, a realização de manifestações pacíficas, o respeito pela liberdade de imprensa que é um pilar essencial para a democracia em Moçambique.

Alberto Júnior, jornalista da TV Haq em Nampula, foi vítima de cenários de terror durante as manifestações e conta que “neste processo de manifestação fui vítima de violência através de inalação de gás lacrimogéneo, acto praticado pela polícia local, no entanto, nós jornalistas somos parte integrante da sociedade, por isso é que sofremos o impacto directo e nefasto das manifestações. Está plasmado na lei, nos artigos 48 e 51 da CRM [Constituição da República de Moçambique], que os cidadãos devem manifestar quando algum direito for violado, mas sem tumultos como está a acontecer na actualidade”.

O profissional de comunicação social, Alberto Júnior, compreende que “perante as manifestações tem sido difícil ver os direitos dos jornalistas respeitados e sofremos impedimentos da liberdade de informação, porém as partes envolvidas devem encontrar soluções de forma urgente contra actos de violência”.

Na mesma abordagem, o jornalista Omar Mussa, também repudia os actos de violência contra jornalistas em Nampula e afirma que “há um condicionalismo que periga o trabalho do jornalista. A manifestação deveria acontecer de forma pacífica e haver entendimento por parte da polícia e dos manifestantes, sem, no entanto, vandalizar bens públicos e patrimoniais”. (Nelsa Momade)

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