Militares “intimidam” ruas de Nampula, enquanto já se queima pneus em Nacala

Nampula (IKWELI) – A cidade de Nampula acordou calma, quase moribunda, com as suas gentes nas suas residências temendo que o pior por conta de esta quinta-feira (7) ter sido dada como o “Dia D” das manifestações.

Segundo constatou o Ikweli, os militares saíram do quartel e protegem-se, sobretudo, instituições públicas, com as armas em punho e cara de pouco amigos. Fora disso, um e outro “chapa-100” circula, e, como não deixaria de ser, os mototaxistas, com o ruído dos seus escapes, procuram manter a cidade viva, com algum barulho. Mas o barulho humano está, praticamente ausente, tirando um e outro vendedor ambulante e/ou informal que ainda vagueia pela cidade com algumas frutas, bem como roupa feminina interior.

Escalamos alguns transportes semi-colectivo de passageiros pelas avenidas Eduardo Mondlane, FPLM, do Trabalho e 25 de Setembro, bem como a Paulo Samuel Kankhomba e em cada viatura o número de passageiros não passava dos 5.

As instalações do Banco de Moçambique, na rua de Mueda, as Conservatórias de Registo Civil, o tribunal, a Procuradoria, na praça da Liberdade, o edifício do Conselho Executivo Provincial (CEP), na avenida da Independência, as instalações do Instituto Nacional de Segurança Social, na avenida do Trabalho, bem como o Centro de Transmissão Provincial da Televisão de Moçambique (TVM), na avenida das FPLM, assim como a entrada do aeroporto de Nampula são os pontos com maior número de militares a procurarem garantir a segurança e integridade dos mesmos.

Num ambiente de incertezas, há quem não teve a possibilidade de ficar em casa, tal como testemunhou Maria Fonseca, uma cidadã que percorria a Av. Eduardo Mondlane e pretendia chegar ao Hospital Central de Nampula para uma consulta médica e marcação de uma cirurgia para a sua filha.

“Aqui já não sei mais como fazer, vou ao Hospital Central de Nampula, vou acompanhar minha filha numa consulta médica, ela tem um nódulo na mama, assim queria pegar chapa, mas até agora nada”, disse, lamentado que “não sei onde vamos parar com isso”.

“A situação hoje não é das melhores, por exemplo, hoje no chapa só levamos 7 passageiros do mercado condomínio até sipal”, disse Abduremane, motorista de “chapa-100”.

Toia Cadre, moradora no bairro de Namicopo, nos arredores da cidade de Nampula, de 28 anos de idade, mãe de 2 menores conta que não sabia que os centros de saúde estariam encerrados e não sabe como fará para fazer a pesagem da filha.

“Vinha para fazer consulta, mas é necessário pesar a criança primeiro e eu não sabia que hoje não se trabalha, sendo assim tenho que ir no hospital central, talvez lá podem me atender”, disse.

Até pouco depois das 10h30 minutos, o silêncio teimava tomar conta da cidade, sendo que as pessoas iam mesmo recolhendo para as suas habitações.

Da cidade de Nampula, nosso correspondente confirmou a queima de pneus no bairro Mathapue e na cidade Alta, concretamente na zona de Bell Monte. (Atija Chá e José Luís Simão)

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