Maputo (IKWELI) – Foi lançada, na semana passada, no auditório do BCI, em Maputo, a 2ª edição da obra ‘Economia de Moçambique e os Desafios da Nova Crise’, da autoria do académico Ibraimo Mussagy, que, também, é vice-reitor da Universidade Rovuma (UniRovuma). O livro, patrocinado pelo BCI, aborda os desafios estruturais da economia moçambicana e as crises actuais, com particular ênfase no período da pandemia.
Na qualidade de apresentador, o ministro da Planificação e Desenvolvimento, Salim Valá, começou por destacar o percurso e o contributo intelectual do autor. Sobre a obra, o ministro salientou que ela não constitui apenas uma análise sectorial: “é um roteiro estratégico para Moçambique”. Composta por oito capítulos, a obra procura responder a uma questão central e urgente: como resistir à crise e transformar a economia nacional para o futuro? Salim Valá acrescentou que o livro discute economia, mas aponta, sobretudo, para um futuro onde as Pequenas e Médias Empresas possam crescer e não apenas sobreviver; onde a informalidade se torne uma verdadeira porta de entrada para a prosperidade; e onde o desenvolvimento seja sentido tanto no campo como na cidade, beneficiando jovens e mulheres. “Um futuro onde Moçambique não tenha medo de ser grande”, afirmou.
Em representação do BCI, Farhana Razak, Directora Central de Gestão de Risco, sublinhou a importância da iniciativa. “Ao revisitar a nossa história económica desde os planos quinquenais, este livro é fundamental. Ilumina os desafios estruturais pré-pandemia e guia-nos na reflexão crucial sobre como construir um modelo de crescimento verdadeiramente inclusivo e justo para todos os moçambicanos”, afirmou. Farhana Razak reiterou ainda o compromisso do BCI em apoiar iniciativas que promovem o conhecimento, a investigação e o desenvolvimento do país, reafirmando que o Banco continuará a ser um parceiro activo na promoção do pensamento analítico e do progresso.
O economista Tomaz Salomão, que redigiu o posfácio do livro, dirigiu também palavras de encorajamento, ao autor, recordando a relação professor-aluno que os une: “Continua a fazer análises viradas para o futuro. Olha para além da montanha, com análises despidas de emoções, críticas, construtivas e sérias”.
Por sua vez, Ibraimo Mussagy, que já tem cinco livros publicados, explicou algumas das abordagens centrais do livro, referindo que a economia exige sempre a definição de pressupostos que orientam a análise. “Se os factores não são alterados, podemos prever determinado desfecho. Mas, quando esses pressupostos mudam, é provável que o objectivo já não seja alcançado”, afirmou. Citando a escritora Paulina Chiziane, concluiu com um apelo: “Que esta obra possa servir também para isso: se não for para nos levar a voar, que ao menos sirva para nos ajudar a reflectir sobre o actual estágio e o futuro do nosso país”. (Redação)
