Nampula (IKWELI) – A Associação Kóxukhuro encerrou na última quarta-feira (26), na cidade de Nampula, uma formação intensiva de três dias dedicada à monitorização de casos de violação dos direitos humanos.
A iniciativa teve como principal objectivo dotar seus colaboradores de ferramentas práticas e teóricas que permitam aprimorar o trabalho de acompanhamento, documentação, análise de dados e elaboração de relatórios especializados.
“Tendo em conta que o staff da Kóxukhuro tinha desafios na coleta de dados sobre direitos humanos, e a coleta de dados sobre direito humanos é diferente com a da saúde sexual reprodutiva, corrupção, e por aí em diante. Então tínhamos que capacitar o staff da Kóxukhuro, uma vez que a organização deve mostrar-se como referência ao nível da província de Nampula na promoção e defesa dos direitos humanos.”
Durante três dias, os participantes mergulharam em conteúdos voltados para os mecanismos nacionais e internacionais de proteção dos direitos humanos, aprofundando conhecimentos essenciais para uma actuação mais eficaz na defesa e promoção destes direitos. A formação integrou exercícios práticos, debates e troca de experiências entre técnicos e parceiros estratégicos.
Para além da equipa do escritório central, estiveram presentes coordenadores distritais provenientes de Nacala-Porto, Larde, Muecate, Meconta e Angoche. A diversidade de proveniências reforçou a partilha de realidades locais e possibilitou uma visão mais ampla dos desafios que se vivem nas diferentes regiões da província.
O director executivo da Kóxukhuro, Gamito Dos Santos, fez questão de envolver também seus parceiros institucionais, entre os quais a Ordem dos Advogados, o IPAJ, AJUDEMU, RESOCINA, SOLDMOZ, AJAD e Okhala W’Amiravo. A participação destes organismos segundo Dos Santos, enriqueceu o debate e reforçou a articulação interinstitucional necessária para uma resposta mais coordenada aos casos de violação dos direitos humanos.
“Para além a equipa, convidamos organizações parceiras, para constituir uma rede de contacto da Kóxukhuro no âmbito da promoção e defesa dos direitos humanos. Então nesta formação estava lá a ordem dos advogados, estava lá o IPAJ, estavam lá algumas organizações da sociedade civil, porque não basta só ter uma única organização a trabalhar na matéria de promoção e defesa dos direitos humanos ao nível da província de Nampula, é preciso estender a rede de contactos para melhor fazer advocacia.”
Os formandos destacaram que saem deste processo mais confiantes e conscientes do seu papel na promoção da justiça social, especialmente num momento em que as comunidades enfrentam desafios crescentes relacionados a conflitos, deslocamentos e outras vulnerabilidades.
A formação contou com apoio técnico e financeiro do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos em Moçambique, parceria que a Kóxukhuro considera estratégica para fortalecer o seu impacto e contribuir para a consolidação de uma cultura de respeito e proteção dos direitos humanos no país. (Malito João)






