Maputo (IKWELI) – O governo moçambicano vai subsidiar a compra do algodão em 5,00Mt (cinco meticais) por quilograma na actual campanha, segundo garantia dada nesta quarta-feira (22) pelo ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Celso Correia.
Esta contribuição do Governo vai concorrer na estabilização dos preços, beneficiando 600 mil agricultores, além de incentivar uma “cultura de confiança”.
“Esta estabilização de preço e este subsídio que estamos a aprovar vai tocar cerca de 100 mil famílias. Estamos a falar de um universo de 600 mil pessoas que vão ter o seu rendimento estabilizado”, anotou Correia, durante a reunião com os representantes do Fórum Nacional dos Produtores do Algodão (FONPA) e da Associação Algodoeira de Moçambique (AAM), no âmbito da plataforma que nos últimos anos negoceia as propostas do preço mínimo do algodão caroço e a taxa de descaroçamento, com base no mecanismo de cálculo aprovado.
Para a campanha de 2023/24 foi fixado o preço mínimo de 30,00Mt (trinta meticais) por quilograma, incluindo o subsídio a atribuir pelo Governo, contra os 33,00Mt (trinta e três meticais) por quilograma na campanha anterior, em que subsídio foi de 7,00Mt (sete meticais).
Esta medida do Governo tem em vista assegurar a continuidade da cultura, tendo em conta que a mesma tem sido afectada pelo fenómeno el niño, falta de chuvas, assim como o continuo abandono da produção na província de Cabo Delgado, uma das maiores produtoras do país.
“Há uma pressão global exercida pelos países onde há subsídios, que está a pôr o preço do algodão em baixa. Está-se a produzir muito algodão, os ‘stocks’ estão a subir”, precisou o ministro, que defende ser necessário “conceber uma política de subsídios de forma estruturada e organizada”, pois vai permitir que milhares de produtores moçambicanos possam beneficiar-se e a economia possa mover-se.
No mercado global, Moçambique, apenas 0,5% da produção do algodão pertence ao país, sendo os Estados Unidos, a China e a Índia líderes mundiais da cultura.
Dados apresentados na reunião, indica que na campanha de 2021/22 foram comercializadas 19.415 toneladas de algodão caroço.
“Os cinco meticais têm expressão ao produtor, têm impacto na renda e conseguimos isto com o apoio do Governo, bastante em linha com o que os outros países fazem”, disse, na ocasião, Ferreira Santos, presidente da Associação Algodoeira de Moçambique, recordando que “cerca de 60 a 70% do algodão mundial é subsidiado e, portanto, há um excesso de produção”.
Nos últimos 10 anos, a produção do algodão em Moçambique tem resultado, numa média anual, de 30 a 50 milhões de dólares em exportações. (Redação)