Nampula (IKWELI) – O director provincial da Educação de Nampula, William Tunzine, tem vindo, nos últimos dias, a engajar-se com a comunidade de Cossore, nos arredores da capital provincial, onde, nesta semana, alunos da escola secundária local rebelaram-se contra a medida da direcção da mesma, por não concordarem em pagar taxas para a realização de avaliações escolares.
Segundo sabe o Ikweli, a referida contribuição foi, previamente, aprovada pelo Conselho de Escola do mesmo estabelecimento de ensino público, mas surpreendemente, os alunos rebelaram-se a uma decisão tomada com a anuência dos respectivos pais e encarregados de educação.
Igualmente, apuramos que o Conselho de Escola, onde está representada a comunidade, acha estranho o comportamento dos alunos, acreditando que hajam indivíduos a manipular os alunos para tais comportamentos.
Em Cossore, onde Tunzine verificou que a comunidade está a erguer, por iniciativa própria, 3 salas de aulas, como também, tem se dedicado a encontrar soluções para os problemas da mesma.
Em reunião com pais e encarregados de educação, o director provincial da Educação de Nampula encontrou resistência por parte da maioria destes em receberem de volta o valor das contribuições, assegurando que fizeram-no para ajudar a escola da sua comunidade, como também recomendaram que o valor já colectado podia ser revertido para a reposição das infraestruturadas destruídas, bem como para as provas.
Na reunião, bastante concorrida, os pais e encarregados de educação não mostraram dificuldades em contribuir para o melhoramento das condições da escola, mas condicionam com o facto de a direccão da mesma ter de justificar a aplicação de cada centavo recebido da comunidade.
Para a 3 salas de aulas em obras, a direcção da escola estava impondo uma contribuição a comunidade para a compra de material de cobertura, o que os pais e encarregados de educação não gostaram, mas o director Tunzine prometeu encontrar soluções para esta necessidade e que, em nenhum momento, será a de imputar aos bolsos das famílias.
Outra preocupação apresentada pelos pais e encarregados de educação tem a ver com contribuição para guardas, a qual não concordaram na modalidade em que a mesma é feita, os atrasos e/ou demoras na emissão de declarações de notas e certificados, como também a obrigatoriedade na aquisição do processo do aluno, gravata e bolso dentro da escola [aqui não se permite que o aluno traga bolso ou processo comprado fora da escola].
Por outro lado, a comunidade queixa-se da fraca qualidade com que os professores preparam os alunos, bem como o excesso de brochuras que os educadores obrigam aos alunos a adquirirem.
A estas preocupações, Tunzine prometeu trabalhar energeticamente para ultrapassar, garantindo que vai conversar com os professores para que os aspectos pedagógicos sejam ultrapassados e pediu aos pais e encarregados de educação para sensibilizarem aos alunos para sempre pautarem pelo diálogo.
Na sexta-feira (1), Tunzine reuniu-se com cerca de 90% dos alunos da mesma escola, os quais os sensibilizou para que permitam o decurso normal das aulas, tendo estes anuídos e se comprometido a estudarem. (Redação)