Nampula (IKWELI) – O Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), em Nampula, apresentou publicamente na manhã desta terça-feira (24), 11 indivíduos acusados de fazer parte de uma corrente de tráfico de drogas em Mossuril, concretamente no posto administrativo de Lunga.
De acordo com a porta-voz do SERNIC, Enina Tsinine, alguns dos detidos alegam que teriam sido entregues a droga por agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) e por um suposto comandante e adjunto da Polícia Fluvial e Lacustre.
Esta fonte disse que na sequência, também, foi detido um funcionário do conselho autárquico da vila de Monapo, tido como comprador e vendedor de estupefacientes.
“O SERNIC, em coordenação com a PRM, realizou uma diligência com base nas informações que nós recebemos a partir das nossas fontes que davam conta que no distrito de Mossuril, no dia 9 [de junho], teria sido descarregada uma quantidade não especificada de droga. Nos fizemos ao local, tendo se feito a apreensão em flagrante delito de 53 (cinquenta e três) embalagens de um produto que se testou, a posterior para droga Anfetamina, assim como Heroína. No decorrer das investigações, soubemos que a situação tinha ocorrido no posto administrativo de Lunga, onde populares teriam roubado diversas quantidades de droga, e teríamos iniciado outras investigações no dia 12 e fizemos duas detenções e duas apreensões de droga.”
Nos depoimentos dos envolvidos, a porta-voz do SERNIC, realçou que há fortes alegações de que alguns tiveram acesso a droga através de membros da PRM afectos ao posto administrativo de Lunga. “Os outros teriam recebido com um suposto comandante e adjunto da polícia marinha,” disse e salientando que “todos eles são confessos.”
Tsinine disse ainda que os indiciados confessam ter comprado a droga com um agente policial, no valor de 650.000,00Mt (seiscentos e cinquenta mil meticais) e que a posterior venderiam a 180.000,00Mt (cento e oitenta mil meticais) a embalagem.
Questionado onde estão os agentes da polícia apontados como autores principais, Enina Tsinine explicou “o SERNIC está a trabalhar, ainda continuam diligências e argumentos, assim como estão a ver, primeiro foram apreendidas 53 (cinquenta e três) embalagens, mas no discurso das investigações tanto nos arguidos eram 5 (cinco), mas aqui apresentamos 11 (onze), então há um trabalho que estamos a fazer”.
Com semblante de arrependimento, um dos indiciados, no caso de funcionário do conselho autárquico da vila de Monapo, aceita o seu envolvimento, mas conta que teria entrado num esquema, e que sabia a gravidade de fazer parte de negócios de droga. (Malito João)