Nampula (IKWELI) – Estudantes da universidade Lúrio (UniLúrio), na cidade de Nampula, denunciam intimidação por parte da direcção, semanas após terem feito uma marcha em reivindicação ao facto de não terem tido aulas durante o primeiro trimestre do ano em curso.
Das tentativas de comunicação feitas com a direção, os estudantes contam que foram frustradas, mas chegou ao seu conhecimento que não estão a ter aulas devido a ausência de docentes pelo não pagamento de salários.
Sem uma resposta clara da parte daquela instituição de ensino superior, os estudantes decidiram organizar uma marcha pacífica no passado 28 de abril, mas invés de respostas, contam que desde aquele dia têm sido ameaçados de expulsão.
“É verdade que nós realizamos uma marcha em protesto a falta de aulas, porque os professores não entram nas salas de aulas, mas pagamos propinas. Depois de um tempo, passei a receber chamadas de ameaça por parte da direcção, alegando que os estudantes foram notificados pela direcção porque estamos a ser acusados de fazer uma marcha ilegal sem nenhuma autorização,” contou um dos estudantes do curso de Enfermagem no regime pós-laboral.
Outro estudante do curso de Administração Hospitalar, disse ao Ikweli que a direcção da faculdade, entidade acusada de intimidar os estudantes, tem estado a intimidar estudantes.
“A direcção da escola está a intimidar os estudantes que estavam a manifestar, assim nós fomos notificados, muitos colegas estão a receber ligações da direcção a serem ameaçados,” disse que tem sido exigência da direcção da faculdade de Ciências de Saúde indicar o responsável e mobilizador do grupo, “mas não entendo, porque dizem que foi uma marcha ilegal, se já remetemos documentos no comando provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM), conselho municipal da cidade de Nampula e outras entidades, sendo que todas essas entidades autorizaram com carimbo.”
Os acusados foram dados um espaço de apenas 5 dias para prestar alguma resposta à direcção da universidade, “assim temos que nos reunir amanhã [hoje] com outros estudantes notificados e traçarmos alguma coisa, uma vez que só nos deram prazo de 5 dias para darmos uma resposta. Eu fui chamado na faculdade no dia 12 deste mês, alegando que tinha que ir participar duma reunião, mas sem nenhuma agenda do encontro, quando chego lá a direcção chamou-me junto com outros estudantes que estavam a manifestar”. (Virgínia Emília)