Nampula (IKWELI) – Alguns líderes comunitários no distrito de Murrupula relatam que está a agudizar-se a sua perseguição por indivíduos movidos pela onda de desinformação sobre a origem de doenças hídricas naquela parcela da província de Nampula.
O histórico dita que Nampula continua a registar o fenómeno de desinformação sobre doenças de origem hídrica, sobretudo a cólera. E se no passado o fenómeno era relatado nos distritos costeiros, actualmente é também relatado nos do interior, exemplo de Mecubúri, Mogovolas e Murrupula.
Em Murrupula, actualmente com surto de cólera, os líderes comunitários não estão a exercer as suas actividades de sensibilização de qualquer que seja área, com medo de serem violentados.
O clima é de medo por parte dos líderes, tal como contou Manuel Tatane. “Nós não trabalhamos à vontade aqui, estamos a ser alvo de agressão, destroem nossas casas, nos batem e dizem que distribuímos a cólera,”.
A fonte explicou que há um grupo de indivíduos de má-fé que leva farinha de mandioca e espalham nas residências, rios e poços de água, alegando que é cólera que está a ser disseminada pelos líderes comunitários.
Um outro líder, Régulo Muahave, contou a nossa reportagem que “nós sensibilizamos a população que a cólera não se distribui, devemos manter a higiene individual e colectiva nas nossas comunidades, mas nos últimos dias tem sido difícil porque somos agredidos,” disse esta fonte, que lamenta o comportamento.
A perseguição dos líderes comunitários é uma situação que, igualmente, preocupa as autoridades governamentais que têm os líderes como ligação para materialização das acções que devem ser desenvolvidas nas comunidades.
A administradora do distrito de Murrupula, Regina Paulino, revelou que a perseguição e agressão é,também, extensiva aos profissionais de saúde e agentes polivalentes nas comunidades, o que torna mais preocupante.
“Houve muita desinformação nas comunidades, quando eclodiu a cólera no distrito, os nossos líderes foram principais alvos por serem estes que recebem os agentes de saúde nas suas campanhas de vacinação e outras que são direccionadas a população,” contou Regina Paulino, indicando que neste momento o único meio para sensibilização da população é a Rádio Comunitária local onde são passadas mensagens chave de higiene individual e colectiva e a explicação de que a cólera não é distribuída.
Segundo a administradora, alguns líderes comunitários foram obrigados a abandonar as suas casas depois de verem seus homólogos agredidos e destruídas suas residências. (Nelsa Momade)






