Nampula (IKWELI) – A classe de enfermeiros a nível da cidade de Nampula, província com o mesmo nome, prevê realizar uma marcha em repúdio as ocorrências das últimas manifestações realizadas no país que culminaram com a destruição de unidades sanitárias e morte de alguns profissionais de saúde.
A intenção da marcha foi partilhada ao Secretario de Estado na província, Plácido Pereira, nesta segunda-feira (5), pela Ordem dos Enfermeiros alusivo ao dia Internacional dos Enfermeiros que se assinala no próximo dia 12 do mês em curso.
De acordo com a delegada da Ordem, Nurcha Fonseca, a marcha que irá partir da rotunda do aeroporto até a praça dos heróis moçambicanos é em solidariedade aos colegas que perderam a vida e outros que ficaram feridos em decorrência das manifestações e onda de desinformação que gira em torno da cólera na província.
“Tivemos um colega que perdeu a vida e um total de cinco colegas que sofreram lesões por causa das queimaduras das unidades sanitárias durante as manifestações, assim como onda das manifestações. Nós, como enfermeiros, a nossa função não é levar doença a comunidade, mas sim tratar e cuidar com o pouco que nós temos. Com a marcha nós queremos demostrar aquilo que é o nosso repúdio em torno das manifestações que ocorreram”.
Na ocasião, os enfermeiros pediram a mão do SdE, no sentido de interferir na componente dos desafios que tem assolado a classe há anos com destaque para o rácio enfermeiro paciente que é de 3100 para as 250 unidades sanitárias nos 23 distritos da província.
“A princípio o nosso trabalho é de caridade, humanismo como sempre foi da própria mãe de enfermagem, mas estamos numa época em que precisamos de ter melhores recursos para prestar melhor cuidado aos nossos utentes”.
Por sua vez, Pereira afirmou o compromisso do Estado em envidar esforços com vista a melhorar a situação dos profissionais de saúde que igualmente preocupa o governo, tendo garantido ainda que o Estado está a mobilizar recursos para reconstruir as unidades assi como os insumos destruídos durante as manifestações.
“Há aqui um compromisso a nível do Estado e do governo central no sentido de repor a normalidade das unidades. Sobre a melhoria das condições de trabalho é um facto. Nos acreditamos que melhores momentos virão. Há grupos de trabalho ligado ao sector que já estão a discutir essas matérias a nível central com o ministério da Administração e Função Pública”. (Ângela da Fonseca)
