Nampula IKWELI) – O governador de Nampula, Eduardo Mariamo Abdula, prometeu à população de Namicopo, na capital provincial, a reabilitação e entrada em funcionamento dentro de dias das infra-estruturas destruídas pelos manifestantes durante a fase Turbo V8 dos protestos.
Em Namicopo, o governador visitou o centro de saúde local, 3ª e 5ª Esquadras, onde ficou comovido e classificou os actos que concorreram para as vandalizações de extremismo violento.
No centro de saúde de Namicopo, infraestrutura largamente saqueada e destruída, Abdula percorreu os vários locais onde eram atendidos pacientes e, do lado de fora, a população espreitava com um olhar de esperança.
“Esperamos que o governador ouça o nosso grito de socorro. Pedimos a reabilitação e reabertura do nosso hospital,” comenta a senhora Vilma Adamugy, que vive naquela circunscrição.
Uma outra residente, grávida, disse que “a minha ficha pré-natal perdeu-se quando roubaram aqui no hospital. Assim tive de abrir de novo no hospital de Namutequeliua e lá é longe”.
Já em Namiepe, o governador visitou as instalações da 5ª Esquadra, onde, igualmente, interagiu com jovens locais, os quais prometeram participar na reabilitação da infra-estrutura.
As obras de reconstrução, reabilitação e requalificação daquelas infra-estruturas, segundo Abdula, deverão decorrer em parceria com a edilidade da cidade de Nampula, assim como o empresariado local e outros parceiros nacionais e internacionais.
“Antes de falarmos de esperança, temos que classificar estes actos que acabamos de presenciar, com todos vocês. Isto é extremismo violento que nós acabamos de assistir aqui, com fins inconfessáveis,” elaborou o governador, prosseguindo que “isto aqui não é apenas manifestação, não podemos dizer que isto aqui foi um acto apenas de manifestação, quer seja eleitoral, se nós vermos a forma de destruição que foi feita ultrapassa qualquer diferença política ou qualquer acção política, se nós vermos pelos edifícios dentro, começando por este último edifício, esta é uma esquadra nova que está aqui, que tinha toda essa vedação feita, cujo o murro foi deitado abaixo. Lá dentro, o chão, as tijoleiras [estão] completamente moídas, as portas saqueadas, o tanque, sistema da água que ali está foi retirado, foi roubado o tanque”.
Abdula entende que os actos tinham em vista “enfraquecer o Estado moçambicano, enfraquecer o povo moçambicano que faz o Estado”.
Em relação a 3ª Esquadra de Namicopo, tio Salim garantiu que “nós vamos começar já amanhã, tentar demolir todo aquele espaço da esquadra para se construir uma esquadra de raiz. Amanhã, em parceria com o município entram as máquinas para começar a demolir, e fico feliz porque os jovens de Namicopo ofereceram-se, pediram alguns instrumentos para poder ajudar na limpeza e vamos começar uma obra nova, porque nós queremos voltar a pôr a esquadra lá a pedido da população, a pedido do povo de Namicopo, nós vamos construir. Em relação ao centro de saúde, também, vão começar as obras nos próximos dias, já fizemos levantamento, e desse levantamento ocorreu que há necessidade de uma obra profunda, temos parceiros que nos acompanharam e vão apoiar-nos aquilo que será o equipamento, estamos a falar de mobiliário, ficheiros”.
A fonte recorda que muito ficou perdido, incluindo processos de pacientes, tanto que é que agora “são obrigados a andar muito tempo, os seus processos foram destruídos, desapareceram, crianças que precisam de assistência diária do centro de saúde tem que andar para o 1º de Maio e 1º de Maio acaba ficando congestionado. Então nós vamos correr, vamos acelerar com esta obra que, também, deve começar com certeza absoluta nos próximos 7 dias”.
Para a 5ª Esquadra, o governador prometeu que a reabilitação vai ocorrer, tanto é que “vamos orientar a direção provincial de Obras Públicas para fazer o levantamento e vamos ter que procurar uma empresa que possa fazer, portanto, esta estrutura ainda se aproveita, a estrutura está boa, mas naturalmente as janelas e portas terão que ser mudadas”.
Tio Salim não acredita que aquelas infra-estruturas que deverão consumir perto de 3.5 milhões de meticais cada tinham sido vandalizadas pela população. “Isto aqui é um extremismo, é um caso para estudo profundo para perceber de facto quais são as causas que levou esse grupo de pessoas para vandalizar, não foi a população, porque a população não faz isto. A esse grupo de pessoas deixamos um alerta que a partir de hoje vamos ser implacáveis para este tipo de comportamento, portanto não vamos aceitar, não vamos tolerar estes tipos de comportamento”.
Presente na visita, o autarca da cidade de Nampula, Luís Giquira, deu garantias que a edilidade que dirige está pronta para participar da empreitada. “Vamos envidar esforços para reabilitar as infra-estruturas. Vamos apoiar com máquinas e com uma parte financeira,” concluiu. (Aunício da Silva)