Nampula (Ikweli) – Um mês após o arranque das manifestações, a Associação Moçambicana de Juízes (AMJ), decidiu “quebrar” o silêncio para reagir em torno da actuação dos agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) que tem vindo a balear mortalmente cidadãos que se fazem a rua para contestar os resultados anunciados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), após o processo de votação ocorrido no passado dia 09 de Outubro.
De acordo com um comunicado enviado a redacção do Ikweli, a associação lamentou e condenou veementemente a morte de cidadãos indefesos, baleados por agentes da PRM, tendo considerado tratar-se de uma actuação desproporcional e de total falta de contenção policial, usando como base os vídeos que têm vindo a circular nas redes sociais.
Mas também, a agremiação condena a actuação de cidadãos que no lugar de exercer o direito à manifestação de forma pacífica, envolvem-se em actos de destruição de bens públicos e particulares e impedem a livre circulação dos demais.
Por isso, a AMJ quer que o Ministério Público assegure uma investigação criminal profunda contra todos os intervenientes envolvidos no sentido de serem responsabilizados sem exclusão. “A maioria dos actos a cima descritos, matar, ferir, destruir ou roubar, consubstanciam-se em crimes de natureza pública, previstos e puníveis pela ordem jurídica nacional, pelo que se espera que o Ministério Público, na qualidade de detentor da acção penal, desencadeie a investigação e o competente procedimento criminal contra todos os intervenientes sem qualquer excepção,” lê-se no comunicado (Ângela da Fonseca ).
