Nampula (IKWELI) – Os moradores da zona residencial de Nahene 1, posto administrativo de Namicopo, nos arredores da cidade de Nampula, mostram-se preocupados com a falta de serviços básicos e exigem ao governo local a melhoria das condições de vida.
As exigências dos moradores vão desde as vias de acesso, construção de furos de água potável, centro de saúde, escola secundária e instalação da corrente eléctrica que até agora só foram colocados postes e um posto de transformação que não abrangeu a maior parte deles.
Alguns moradores entrevistados pelo Ikweli, explicaram que o sofrimento é vivido já há bastante tempo e é do conhecimento das autoridades locais, mas não se importam em resolver.
Uma das residentes daquela zona é Ana Talariam, de 20 anos de idade, mãe de 2 filhos, que disse que a falta de serviços básicos tem estado a dificultar muita coisa. “Como nessa área onde eu estou temos enfrentado muitas dificuldades, como por exemplo a falta de água potável, não temos boa estrada, centro de saúde, posto policial, até mesmo energia, visto que muita gente não tem acesso a corrente eléctrica, então devido a isso tem estado a dificultar muita coisa”.
Ana deixou um pedido ao governo, pois já houve registo de mortes durante a travessia do rio. “Gostaria que o nosso governo nos ajudasse nessa situação porque passamos muito mal e nós não temos como, uma vez que não temos para onde recorrer não temos outro espaço para viver. Já tivemos casos de morte de crianças quando tentavam atravessar para a outra margem do rio”.
Por outro lado, Helena Ramos, mãe de 4 crianças, também residente em Nahene, mostrou-se preocupada com a situação e pede que o governo intervenha, “pelo menos se o governo nos desse essa parte da corrente eléctrica, porque somos obrigados a pagar 10,00Mt (dez meticais) no mercado do condomínio para pôr nosso telefone na carga, então eles tinham que resolver essa situação visto que nem todos têm a condição de pagar esse valor. Não se esquecendo do rio Nahene quando enche água nossos filhos passam muito mal e também passamos vários riscos porque a água que consumimos é suja”.
O secretário do 1º círculo 17 de julho daquela área residencial, Amade Pires, diz ter levado a preocupação para os seus superiores, mas até agora as autoridades competentes não se interessam em resolver o problema. “A fontenária está muito distante daqui, é verdade que a população precisa mesmo de furos de água potável, estamos a dar informação ao governo para que possa ajudar a população de modo que possamos ter água potável, porque nem todos conseguem percorrer 4 km para chegar a fontenária”.
Pires garantiu que das vezes que expôs o assunto ao governo, este sempre disse para esperar. “O governo tem conhecimento deste problema e nos dizem para esperar porque estão a tentar resolver a situação”.
Refira-se, que os residentes de Nahene são obrigados a percorrer uma distância de 5 a 6 quilómetros para ter acesso a serviços básicos. (Marcela Jone)