Angoche (IKWELI) – A autarca da cidade de Angoche, a sul da província de Nampula, Dalila Ussene, garantiu aos seus munícipes que tem vindo a envidar esforços para que parcerias público-privadas sejam alcançadas e garantam o desenvolvimento daquela circunscrição.
Em 6 dias, Ussene visitou os 5 postos administrativos autárquicos que compõem o município de Angoche, com o intuito de ser avaliada pelos cidadãos locais em relação a sua prestação durante os primeiros 100 dias de governação.
Em Angoche, segundo a autarca, é necessário melhorar o sistema de saneamento do meio, as vias de acesso, os serviços de saúde, educação e acesso a energia eléctrica.
Os munícipes estão satisfeitos com a prestação dos primeiros 100 dias da governante. “Gostamos por ela ter chegado aqui, para ver o nosso mercado. A dificuldade é de a estrada não ter pavê e o mercado que não tem alpendre ”, disse a munícipe Muazareia Atumane, que vive no bairro de Ínguri.
Outro morador de Ínguri que não perdeu a oportunidade de elogiar Dalila Ussene é Mucutela Ussene, mas apresentou a sua preocupação face a falta de um mercado de peixe naquele mítico bairro de Angoche.
“Referente a situação de mercado, segundo estão a verificar, é uma situação péssima, sobretudo no que diz respeito as construções deste mercado típico para venda do peixe, razão pela qual encontra-se num sítio inapropriado”, disse.
Esta mesma fonte deu algumas dicas para a melhoria da qualidade de vida dos residentes daquele bairro. “É preciso que haja um projecto de construção de latrinas, mesmo que seja privado, havendo necessidade e possibilidade para fazer cobrança, o mínimo, mesmo que seja um valor simbólico, do que fazer as necessidades a céu aberto. A estrada, também precisa de uma melhoria. Essa estrada quando chega no tempo chuvoso, praticamente, tem havido inundações”, concluiu.
No centro de saúde de Ínguri, Dalila ficou a saber que há insuficiência de técnicos, bem como escassez de material médico.
Dalila Ussene reconhece que os desafios são enormes, que nem todos eram possíveis de satisfazer em 100 dias, mas está ciente que precisa empreender esforços para satisfazer a necessidades de quem elegeu nela.
“O desafio é enorme, em 100 dias, tínhamos programado para dois furos de água, mas nós conseguimos 20, e nós ainda temos oportunidade, através do FIPAG, para termos mais furos, que os mega-projectos irão conceder e o porto vai precisar de muita água. A iluminação estamos em 40%, mas eu acredito que até o próximo ano vamos atingir 100%. Sobre as estradas, os mercados … outros projectos estamos abertos para apoios e parcerias, e o município vai criar essas condições”, disse a primeira mulher edil na história de Angoche.
Encoraja Dalila Ussene o facto de “a população está com muita esperança na nossa governação, eles que continuem com mesmo espírito, o que noto é que o povo está muito empenhado, até porque, o subsídio que nós damos a eles é inferior aquilo que é a oferta do trabalho, no terreno”.
Colocar Angoche na rota do turismo internacional
É convicção da autarca que, com as condições e potencialidade naturais que a cidade oferece, é possível colocar Angoche na rota do turismo internacional.
“O turismo está em baixa, a nossa praia aqui em Angoche é virgem, com uma porção de 40 quilómetros da costa do oceano. A praia ainda nem foi explorada e nós precisamos de investidores, de modo a que quem vier a nossa cidade possa desfrutar”, disse a autarca.
Por seu turno, o vereador do pelouro de Educação, Cultura e Turismo, Ali Ayuba Ali entende que investimentos naquele sector irão impulsionar a arrecadação de receitas municipais e aumentar o poder interventivo do município na melhoria das condições de vida dos cidadãos, dai que “a nossa presidente tem trabalhado muito para atracção de investidores para o nosso município. O nosso distrito é uma das áreas que ela viu e que podia incentivar os investidores para o turismo, é a nossa cultura, ela procura por soluções, mas soluções locais. As nossas praias são muito atraentes e precisam de ser exploradas. Com os fundos dos investidores que vão explorando faremos a construção dos nossos edifícios escolares, dos nossos hospitais, nossas estradas”.
Quem, também, sente a falta de infra-estruturas turísticas são os turistas que visitam Angoche.
Envolvido nas obras da construção da estrada Nametil-Angoche, César Marinha anotou que “em termos de turismo falta muita oferta, falta alojamento, falta restaurante, falta actividades para o pessoal se ocupar, porque não há nada para fazer, faltam passeios de barco, imensas coisas que podiam ser feitas, mas que não estão a ser aproveitadas”.
No seu entender, Angoche tem todo potencial para tornar-se referência turística a nível nacional, porem “num parque de turismo que Moçambique tem, esta zona tem tudo para ter sucesso, mas infelizmente não há investimento nessa área…do que eu conheço, não há nada em Angoche. Tem algumas pensões, tem um hotel que também tem muitas deficiências, mas aqui junto a praia, não temos nada, porque assim é complicado…acessos complicados”.
Vias de acesso
Em relação a vias de acesso, Dalila Ussene, presidente do município de Angoche, disse que “temos uma vantagem, agora estão em curso as obras de melhoria de vias de acesso, dentro do nosso manifesto está lá o aeroporto que nós gostaríamos que fosse internacional, já se lançou a primeira pedra para a construção do porto”.
E para aumentar ainda mais a atratividade, Dalila comprometeu-se em recuperar a história de lugares e personagens de Angoche, tais como a do patriarca Farlahi.
“Nós não podemos esquecer a nossa origem, vamos recuperar a nossa história, a nossa cultura, nós somos o povo de Farlahi”, concluiu.
Aquela responsável lançou convites ao empresariado local para investir e apostar no turismo no município de Angoche. (José Luís Simão)
