Outra vez PRM: Polícia ameaça estudantes da UniLúrio para não se manifestarem

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Nampula (IKWELI) – Os estudantes da Universidade Lúrio (UniLúrio), na cidade de Nampula, no norte do país, convocaram uma greve pacífica para esta quinta-feira (04), em reivindicação ao incumprimento das obrigações atinentes aos estágios, pagamento dos médicos estagiários e não realização de pesquisas sob tutela financeira da universidade, mas a polícia os ameaçou.

Sucede que a menos de 24 horas após a convocação da greve, os mesmos receberam ligações de três supostos comandantes da Polícia da República de Moçambique (PRM), exigindo a mudança de rota alegando que a manifestação de frente às instalações do campus da UniLúrio poderá perturbar o normal funcionamento das actividades da instituição.

Tal posicionamento não agradou os estudantes, pois as preocupações que apoquentam àquela classe estudantil devem ser manifestadas perante as instalações da universidade, por forma a garantir que sejam solucionadas.

Maria Ermelinda Júlio, estudante do curso de Medicina Geral, disse ao Ikweli que receberam ameaças no sentido de que caso decidam prosseguir com a greve rumo ao campus da universidade terão represálias.

“Em relação a inibição dos comandantes para nós estudantes que somos indefesos, estamos realmente oprimidos e sem saber a quem confiar. A nossa pergunta é, o que é que fizemos, somos apenas estudantes a procura de um sonho”, disse.

No entanto, a mesma revelou que caso a situação se mantenha irão levar a instituição de ensino a barra da justiça. “Vamos tentar por trâmites legais por forma a notificar a instituição para que eles possam dar alguma resposta”.

No local previsto para o início da marcha, era notório a presença de alguns agentes da PRM, em um número de 12, armados aos dentes.

“Os agentes estavam a filmar, mas nós não nos intimidamos, hoje não vamos seguir com a marcha e se calhar a PRM veio para ver qual seria o nosso posicionamento”.

Já o presidente do Núcleo dos Estudantes da Faculdade de Ciências de Saúde da UniLúrio, Xavier Felisberto Xavier, disse que a marcha não será cancelada, apenas irão desenhar novas rotas e submeter as autoridades.

“A intenção era fazer uma marcha pacífica, com um roteiro já conhecido, no entanto, propuseram que mudássemos a rota e que não seja para desaguar no campus e essa informação tivemos tarde, por isso que alguns estudantes estão aqui. O que vamos fazer agora é seguir com o que nos foi proposto. Vamos seguir em frente e não vamos parar até que os problemas sejam resolvidos”, disse Xavier.

O secretário do Núcleo dos estudantes reforçou e disse que “a marcha vai acontecer, não há dúvidas, o que nós queremos agora é não ter conflitos com as autoridades, porque queremos o bem de todos, tanto da instituição, como nosso e eles nos disseram que se fossemos para lá teriam que escolher entre a instituição e nós, porque eles também têm o dever de proteger a instituição”, acrescentou Baptista Francisco.

Importa lembrar que recentemente o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Daniel Nivagara manteve um encontro com os estudantes para se inteirar da real situação, onde ficou acordado que até 30 de março seriam solucionados os problemas levantados na ocasião. (Ângela da Fonseca)

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