Nampula (IKWELI) – Pais e encarregados de educação dos alunos da escola Primária e Completa da Barragem, nos arredores da cidade de Nampula, acusam a direção daquele estabelecimento de ensino público de estar a comercializar o material didático gratuito, sobretudo livros das classes inicias.
Trata-se dos livros da 1ª à 5ª classes, onde, de acordo com as nossas fontes, no lugar de serem distribuídos gratuitamente, alguns professores optam por vender no valor que vai de 50,00Mt (cinquenta meticais) a 120,00Mt (cento e vinte meticais).
Segundo os denunciantes, os professores vendem os livros com base na classe dos alunos, sendo que quanto mais alta for a classe, maior é o custo de aquisição do livro.
“Não sei se é um negócio aberto com conhecimento da direção da escola ou mesmo se é um negócio que os professores decidiram devido a conjuntura económica actual, porque fazem isso a luz do dia, caso a criança não tenha o valor não terá o livro”, disse um encarregado que não quis se identificar para evitar que o seu filho sofra represálias.
Esta fonte receia ainda que os professores agem em conluio com a direcção da escola, pois, no seu entender, “não é possível que estejam a vender material didático, que por lei é para distribuição gratuita, e o director não tenha conhecimento, acredito pouco, acho que a direção e os professores trabalham em conluio”.
“Já imaginou um livro da 3ª classe ser vendido a 100,00Mt”, questiona um outro pai, prosseguindo que “estamos a falar por exemplo de matemática, português e ciências entre outros. Quer dizer, um livro que é para ser oferecido ao aluno gratuitamente o professor passa a lograr cerca de 400,00Mt (quatrocentos meticais) somente em cada aluno, imagina numa turma em que os alunos são por aí 90, o professor volta para casa com barriga cheia. Eu não sei se é uma orientação do sector de educação, mas tal não foi comunicado aos pais e encarregados de educação. Eu ontem estava para tentar tirar algumas satisfações junto da direção porque tenho uma sobrinha da 4ª classe porque o livro dela está a sair a 120,00Mt e ninguém me esclareceu nada, eles esconderam tudo, mas me encontrei com algumas pessoas com a mesma preocupação”.
O director da EPC da Barragem, Constantino Acharé Sabonete, disse que a informação não passa de um boato e não constitui verdade, protagonizadas por pais e encarregados de educação dos alunos que provavelmente tem os seus problemas pessoas.
“Estão a mentir e isso é difamação e é uma montagem muito grosseira, infundada. Em nenhum momento isso já aconteceu, e não fica bem os pais fazerem isso, e lamento bastante porque muitas vezes quando pessoas têm problemas pessoais querem usar a imprensa para aproveitar difamar, por isso foram fazer isso. Nunca tivemos esse tipo de postura nessa comunidade escolar e os livros estão a ser distribuídos gratuitamente, até quando restam os livros dos alunos que não tenham estado naquele dia voltamos a distribuir gratuitamente”, concluiu Sabonete. (Malito João)
