Nampula (IKWELI) – Algumas mulheres residentes no município da cidade de Nampula, no norte do país, desconhecem o arranque do recenseamento eleitoral em todo o território nacional, previsto para o dia 15 do mês em curso, com previsão de término no dia 28 de abril do presente ano.
Exemplo disso, algumas mulheres entrevistadas pelo Ikweli apontam que o desconhecimento sobre o arranque do processo de recenseamento eleitoral é devido a falta de mobilização por parte das autoridades competentes.
A campanha de educação cívica arrancou, oficialmente, a escala nacional nesta terça-feira (5).
Tânia Amade, de cerca de 30 anos de idade, é residente do bairro de Murrapaniua comenta que “ainda não tenho em mente o início deste processo e acho que faltou a comunicação por parte das autoridades que estão enfrente deste processo”, também “já não acredito que as eleições servem para alguma coisa, porque desde cedo já sabemos quem vai ganhar, mesmo que o povo não vote neles”.
Esta fonte disse que nunca antes se recenseou, porque os relatos que têm acompanhado desmoralizam-na, pois não acredita na justiça eleitoral em Moçambique.
“Entre nós mulheres não nóos apoiamos, o que tenho notado é que algumas mulheres não sensibilizam as outras sobre as boas práticas para a inclusão das outras, isto contribui para o nosso próprio atraso no progresso e no país em geral”, refere.
Célia Sumaila, outra potencial eleitoral, tem consciência da vantagem de participar nos processos eleitorais, pois sabe que depois de recensear pode “votar, porque a pessoa é livre de escolher a quem precisa para mandar o país, gostaria que todo o processo corresse bem e podermos ter um país sem guerras e outros problemas”.
“As vezes é difícil ver as mulheres no processo eleitoral porque são impedidas por familiares ou parceiros, as vezes porque não temos informação sobre como será este processo e para tal gostaríamos que fosse feito um trabalho em todos os pontos de enchentes de pessoas para que a divulgação deste dia de arranque do recenseamento seja abrangente”, disse.
Por outro lado, Jacinta Xavier, outra munícipe da cidade de Nampula, entende que “é muito bom ver uma mulher dirigindo um grupo composto por outras mulheres, incluindo homens. Quando a mulher faz algum trabalho e é inclusa em tudo que tem haver com a governação, ela deixa de ser dependente e sobretudo na área financeira e outros sectores. Para o meu lado, não tenho o conhecimento do arranque do processo de recenseamento eleitoral para este ano e quando iniciar irei participar porque este é o primeiro processo para ser incluída”.
A senhora Fátima Manuel é outra mulher que desconhece a data do arranque do recenseamento eleitoral e os benefícios para a mulher.
“Na verdade, não entendo muito bem sobre o recenseamento eleitoral, ainda não sei que dia poderá arrancar, mas gostaria desta vez perceber e como mulher a única actividade que tenho vindo a exercer é algum tipo de negócio para garantir a sobrevivência dos meus 3 filhos”, concluiu esta nossa fonte. (Nelsa Momade)