Há ainda professores que não beneficiam da TSU em Nacala

Nacala (IKWELI) – Um total de 18 professores afectos no distrito de Nacala, na província de Nampula, não foram enquadrados na Tabela Salarial Única (TSU), uma situação que preocupa o secretariado distrital da Organização Nacional de Professores (ONP).

A informação foi partilhada pelo secretário da ONP de Nacala, Luís Pastola, aquando das celebrações do dia do professor, assinalado no passado sábado, dia 12 do corrente mês.

Contudo, Pastola assegurou que decorrem processos a nível do governo com vista a enquadrar os professores até finais do presente mês, “isso porque o sindicato está a ter um contacto direto com o patronato que está a responder positivamente. Esperamos que até ao final deste mês os 18 tenham suas situações regularizadas em termos de enquadramento na TSU”.

No presente ano, os professores a nível nacional celebraram o seu dia sob o lema “ONP Clama pela Sindicalização e Profissionalização da Classe Docente”, e a escolha visa lembrar e pedir que o governo oficialize a ONP como um sindicato nacional.

Tal pedido visa melhorar e resolver as preocupações dos professores que, muitas vezes, deparam-se com situações que necessitam de apoio financeiro e não só. “Em 2019, aquando do quarto congresso, decidiu-se que a ONP passaria a ser juridicamente um sindicato nacional, mas até hoje não houve avanço. Se fosse um sindicato, não teríamos várias dificuldades como a falta de subsídio funerário, subsídio de assistência médica e medicamentosa. Hoje o professor não é atendido nos hospitais e passa por situações que seriam resolvidas pelo sindicato, porque iriam encontrar uma empresa para atender assuntos funerários dos professores e iriam, também, encontrar uma clínica para atendê-los em cada distrito”.

A fonte fez saber que, na altura, foram submetidos documentos no tribunal administrativo de forma a serem encaminhados ao ministério da Justiça para a sua aprovação, entretanto “até então não temos uma resposta sobre aprovação do sindicato”.

A nível de Nacala os professores queixam-se do facto de haver demora na canalização do subsídio funerário. “Quando nós perdemos um professor, para o seu enterro é pedra no sapato, porque o patronato não tem dinheiro, nós tentamos arranjar outras vias em colaboração com o patronato que tem orientado os gestores das escolas para pedir algum valor para enterrarmos o nosso colega com dignidade. Só que o valor tem sido sempre um problema”.

Enquanto isso, Maria Jaime, professora há sensivelmente três anos, avançou que a classe enfrenta desafios relacionados com a falta de salas para dar aulas, material didático, promoções e pagamento de horas extras. “Para uma sala, é bem normal encontrar 120 a 150 alunos, mas temos usado técnicas para que os nossos alunos tenham um bom desempenho. Ao governo, pedimos que organize mais salas, assim como materiais, porque essa é a base, o aluno quando vai à escola e não encontra uma sala condigna fica desmoralizado, pior ainda quando a escola não tem livros para facilitar o processo de ensino e aprendizagem”.

Quem igualmente mencionou os mesmos desafios é Foelma Mugala, no entanto garante que continuará firme na sua missão, de forma a garantir que haja cada vez mais alunos formados. “Temos a missão de acabar com o analfabetismo, é um número muito grande de crianças que precisam de atenção. Continuemos a trabalhar para o desenvolvimento do país”.

Por sua vez, o diretor dos Serviços Distritais de Educação, Juventude e Tecnologia de Nacala, Alexandre Nacotoa, avançou que o sector não tem dívidas relacionadas ao subsídio funerário e de morte com os professores, entretanto, assume haver problemas de enquadramento e diferenças de mudanças de carreiras. “Eu digo que são legítimas as reclamações dos professores, o que nós temos feito é um trabalho árduo de comunicação permanente, temos problemas sim, mas nós evitamos através das conversas e o apoio da nossa organização e os professores estão a trabalhar”.

Segundo dados fornecidos por Nacotoa, o distrito de Nacala conta com 1.753 professores distribuídos em diversas escolas públicas e privadas. (Ângela da Fonseca)

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